Os 13 Melhores Discos Internacionais de 2021 ( e muito mais)

 

 

Aqui estão os melhores discos internacionais de 2021 na opinião da Célula Pop. A gente, na condição de site brasileiro, não pode – e nem deve – fazer uma relação apenas com discos de fizeram muito sucesso em mercados como Estados Unidos e Inglaterra. A nossa percepção é diferente, as condições de audição dos álbuns também é distinta e, claro, nem tudo que eles acham legal a gente tem que achar também. Por isso, é um traço da nossa lista de melhores internacionais não ter a semelhança absoluta com os veículos gringos.  A ideia é dar a impressão exata a você, leitor/a/x, de que a gente fez um trabalho sério e uma curadoria precisa sem querermos ser o que não somos, né?

 

Espero que curtam os discos escolhidos e que se aventurem em suas audições, todos eles merecem estar aqui.

 

 

1 – The War On Drugs – I Don’t Live Here Anymore

Tudo aqui é irretocável e impressionante. “I Don’t Live Here Anymore” chega como um dos mais sérios concorrentes a grande disco de 2021, uma verdadeira maravilha para ouvidos cansados ou descrentes. Maior que a vida.

 

 

2 – Lindsey Buckingham – Lindsey Buckingham

Se você gosta de discos como “Mirage”, de 1982 e “Rumours”, de 1977, este álbum de Lindsey nem vai te surpreender, vai te trazer pra casa. Se você não conhece a obra do cara, mas é um dos recém-convertidos ao Fleetwood Mac, está na hora de presenciar a genialidade do sujeito e perceber que o grupo ia muito, mas muito além da adorável figura de Stevie Nicks. Um dos melhores álbuns de 2021, sem sombra de dúvida.

 

 

3 – Mdou Moctar – Afrique Victime

O disco do músico tuareg, nascido no Níger, passou batido por nós ao longo do ano, mas houve tempo de perceber a belezura que ele exibe. Recomendamos fortemente a audição.

 

4 – Femi Kuti – Legacy

O som que sai de “Legacy +” é uma trilha sonora moderníssima de alguém adquirindo consciência e, a partir disso, se preparando para entender o mundo um pouco melhor, através de escolhas corretas. Ouvir essas dezoito canções é abraçar uma postura e colocá-la em prática.

 

 

5 – ABBA – Voyage

Voyage” é divertido, bem feito, belo e digno de figurar entre outros discos tão bacanas quando “Arrival”, “”Super Trouper” ou “Voulez-Vous”, feito que, repito, em pleno 2021, não é pra qualquer um. Certamente, um dos grandes momentos do ano na música.

 

 

6 – Joel Culpepper – Sgt Culpepper

Joel Culpepper só está em seu primeiro disco, gente. Ouçam, recomendem, passem adiante porque estamos vendo, repito, se tudo der certo, o surgimento de uma estrela. E você saberá bem antes dos outros que ela já está brilhando.

 

 

7 – The Coral – Coral Island

A veterana banda inglesa lançou um disco duplo maravilhoso em 2021, no qual sintetiza a psicodelia corsária de seus álbuns anteriores e reivindica para si um posto na linha nobre de descendência de gente como Zombies e similares. Surpreendente.

 

 

8 – Courettes – Back In Mono

“Back In Mono” é um discaço. Sua estética anti-modernidade é revolucionária e, ora bolas, moderníssima. Quem não ouvir este álbum estará vagando nas trevas absolutas da melhor música pop, a real música pop. Abrace e ame este disquinho.

 

 

9 – Olivia Rodrigo – Sour

“SOUR” é um dos bons discos adolescentes surgidos recentemente. Se comparar Olivia com Billie Eilish, por exemplo, ela perde em excentricidade mercadológica e em arrojo sonoro, mas sua proposta musical é mais real, mais tangível. Quantas Billies é possível encontrar em sua escola? Certamente não tantas quanto as Olivias. E, sei lá, não sendo jovem há bastante tempo, isso me parece um valioso trunfo para o disco e para a vindoura carreira musical de Olivia Rodrigo.

 

 

10 – My Morning Jacket – My Morning Jacket

Este nono trabalho não vai fazer o My Morning Jacket chegar a novíssimas audiências ou mudar o mundo, mas vai restituir o sorriso ao rosto dos fãs e, se tudo der sorte, manter a banda unida e disposta para lançar novos discos. É um belo exemplo de como o rock pode soar legal e interessante em pleno 2021 sem precisar apelar para fórmulas fáceis e/ou irritantes.

 

 

11 – Neil Young & Crazy Horse – Barn

“Barn” é um disco esperando pela sua audição. Ele é confortável, contem um bom conceito, ótimas gravações e um Neil Young resmungão, isolado, ruminando suas lembranças e conferindo seu futuro que pode não chegar. É instigante na medida e reacende o coração do velho fã, que já dava como perdido o interesse pelos trabalhos atuais do Véio. Ouça feliz.

 

 

12 – Turnstile – Glow On –  o quinteto de Baltimore fez um disco que mais parece um trabalho de feira de ciências no qual procura sintetizar várias tendências dos anos 1990. E que consegue.

 

 

13 – Curtis Harding – If Words Were Flowers – nativo de Saginaw, Michigan, conterrâneo das irmãs Williams e de Stevie Wonder, Curtis Harding é um grande, grande soulman surgindo diante dos nossos olhos e ouvidos. Seu novo disco é belo e merece amor de sua parte.

 

 

Também vale ouvir estes aqui:

 

14 – Arlo Parks – Collapsed In Sunbeams 

15 – Ministry – Moral Higiene

16 – Billie Eilish – Happier Than Never

17 – Wolf Alice – Blue Weekend

18 – Royal Blood – Typhoons

19 – Weezer – Van Weezer

20 – Dry Cleaning – Strong Feelings

21 – The Armed – Ultrapop

22 – Mogwai – As The Love Continues

23 – Kacey Musgraves – Star Crossed

 

E tem os absolutamente HOURS CONCOURS:

 

Brian Wilson – At My Piano

“Long Promised Road” é mais um documento essencial para que os fãs de Brian e dos Beach Boys consigam montar o quebra-cabeças em que se transformou sua trajetória, tristemente marcada por problemas emocionais, disputas legais e rompimento de relações entre parentes e ex-amigos de décadas. A mísica, felizmente, manteve-se à parte, linda e espiritual. E ela segue viva aqui.

 

 

Pharoah Sanders, Floating Points e London Symphony Orchestra – Promises

Este tipo de obra não contém singles ou faixas isoladas. Ainda que haja a divisão em nove partes, “Promises” é uma coisa só, um longo e plácido movimento de 46 minutos. Durante sua execução, o mundo parece mais tangível e justo. E é feita uma fusão pouco possível há algumas décadas: a música orquestral, a música eletrônica e o jazz, todos juntos, gerando um resultado novo, nada derivativo, nada superficial. É uma pequena e silenciosa revolução, que justifica um termo que não vejo há muito tempo: “healing music”, ou seja, “música que cura”. Se estamos doentes de mundo, de Brasil, de covid-19, “Promises” é um caminho extremamente convidativo e ensolarado, ao longo do qual bate aquele vento fresco, que dá a impressão de paraíso.

 

 

Jarvis Cocker – Chansons de Ennui Tiptop

“Chansons d’Enniu Tip Top” é um OVNI sonoro para um cenário como o Brasil de 2021. Parece, de fato, algo feito por uma outra civilização, num outro tempo e lugar. E realmente é isso aí, um passaporte para conhecer um novo universo, mais interessante. Vá sem medo de errar.

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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