13 Melhores Discos Nacionais de 2019
Mais um bom ano para a música brasileira que realmente importa. Os artistas relevantes tiveram que enfrentar todos os tipos de dificuldade para colocar seus trabalhos à disposição do público e, neste caminho, sites independentes como a Célula Pop têm seu quinhão de contribuição. A situação política do país foi um grande tema para estes álbuns que vocês confere aí embaixo. De um jeito ou de outro, a produção musical nacional segue afiada mas ainda fora da grande mídia convencional, que se limita – mais uma vez – a dar espaço e protagonismo para artistas sem qualquer compromisso com a importância que a música pode ter na vida das pessoas.
13- Jonnata Doll e os Garotos Solventes – Alienígena – grupo lançou disco com sintonia punk e noção de que estamos num tempo em que é necessário identificar alvos.
12- Jards Macalé – Besta Fera – veterano e venerável cantor e compositor tijucano volta ao disco com um trabalho de altíssimo nível, cheio de nuances modernas e cuidado com tradições da música brasileira em seus melhores significados.
11- China – Manual de Sobrevivência Para Dias Mortos – cantor e compositor pernambucano lançou disco pesadíssimo, cheio de letras politizadas e indignadas em relação ao estado do país.
10- Céu – APKÁ – quinto disco da cantora e compositora paulistana reafirma seu compromisso com a modernidade e com a missão de fazer a música brasileira soar internacional sem abrir mão de sua tradição e influências.
09- Lô Borges – O Rio da Lua – cantor e compositor mineiro lançou novo álbum que reafirmou sua importância no cenário nacional, mostrando que suas canções nunca envelheceram.
08- Terno Rei – Violeta – quarteto paulistano entregou disco belíssimo sobre sentimentos e solidão na megalópole emocional do século 21.
07- Pietá – Santo Sossego – trio lançou um disco inacreditável de tão belo, falando sobre a situação atual do país com delicadeza e força, num equilíbrio raro de se ver.
06- Elza Soares – Planeta Fome – novo disco da veterana cantora é o mais musical que ela lança recentemente e reafirma seu compromisso com o canto de excluídos e discriminados pela brutalidade reinantes.
05- Ana Frango Elétrico – Little Electric Chicken Heart – cantora e compositora carioca lança um segundo disco belíssimo, cheio de referências que vão de Rita Lee e Mutantes a Burt Bacharach, emoldurando letras surreais e sensacionais.
04- BaianaSystem – O Futuro Não Demora – grupo baiano entrega disco importantíssimo para a renovação das tradições da música negra da diáspora.
03- Marcos Valle – Sempre – novo disco de Marcos Valle revisita seu período de jazz/funk oitentista ampliando sua paleta de influências e atualizando seu som para o futuro do presente.
02- Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell – O rapper niteroiense voltou ao disco com um grande trabalho em que exorciza vários episódios de sua vida em contato com drogas.
01- Teago Oliveira – Boa Sorte – estreia solo de Teago Oliveira é uma pequena joia afetiva, cheia de ótimas canções, mostrando um estilo próprio e pinta de grande disco nacional de 2019.
Outros 13 discos que mereceram atenção neste ano.
Emicida – AmarElo
Adriana Calcanhotto – Margem
Banda Zil – Ao Vivo
Barão Vermelho – Viva
Facção Caipira – Do Lugar de Onde Estou Já Fui Embora
Bárbara Eugênia – Tuda
Letrux – Letrux em Noite de Pistinha
Lívia Nery – Estranha Melodia
Marcelo Jeneci – Guaia
Pato Fu – Música de Brinquedo 2 – Ao Vivo
Pélico – Quem Me Viu, Quem Me Vê
Fernanda Takai – O Tom da Takai Ao Vivo
Vanessa da Mata – Quando Deixamos Nossos Beijos Na Esquina

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.
Ótima lista! Vários eu não conheço, mas vou tratar de conhecer ainda em 2019! Senti falta do “Ponto cego”, do Dead Fish!
Achei que veria o disco do Marcelo Callado na lista.
Vou escutar esse Jonatas Doll.
Ainda teremos lista de músicas do ano e da década, além de discos da década!