50 Discos Nacionais de 2022

 

 

Nós já dissemos quando publicamos a Playlist de Canções Nacionais de 2022: a quantidade de ótimas faixas impressionava. Logo, por uma questão de lógica simples, a quantidade de álbuns é igualmente impressionante e ganha muito destaque. Uma produção diversa, cheia de ótimas ideias, perfeição técnica, sentimento e, acima de tudo, muito talento. Novamente temos um escopo bem diverso, com novos e velhos artistas, de fama consolidada ou não, oferecendo música de alto nivel para quem ouve. Assim como na outra lista, publicamos aqui a relação dos álbuns escolhidos e damos destaque aos dez preferidos do site. Ouçam e passem adiante!

 

– DISSTANTES – APOCALIPTO

– LEONARDO MARQUES – FLEA MARKET MUSIC

– GABRIEL VENTURA – TARDE

– ALAÍDE COSTA – O QUE MEUS CALOS DIZEM SOBRE MIM

– LUNETA MÁGICA – NO PAIZ DO AMAZONAS

– WRY – AURORA

– LETIERES LEITE E ORKESTRA RUMPILEZZ – MOACIR DE TODOS OS SANTOS

– RATOS DE PORÃO – NECROPOLÍTICA

– BLACK PANTERA – ASCENSÃO

– TULIPA RUIZ – HABILIDADES EXTRAORDINÁRIAS

– THE OUTS – ONDE TUDO SE ENCOTRA

– PAULO MIKLOS – DO AMOR NÃO VAI SOBRAR NINGUÉM

– ARTUR ARAÚJO – MORADA DOS VENTOS

– QINHONES – CENTELHA

– SALMA E MAC – VOO LIVRE

– TRIPA SECA – CHARIVARI

– NATÁLIA MATOS – SEMPRE QUE CHOVER, LEMBRA DE MIM

– ALEXIA BOMTEMPO – DOCE CARNAVAL

– ERASMO CARLOS – NADA PODE PARAR A JOVEM GUARDA

– DJAVAN – D

– FERNANDA PORTO – CONTEMPORÂNEA

– RUSSO PASSAPUSSO, ANTONIO CARLOS E JOCAFI – ALTO DA MARAVILHA

– GLUE TRIP – NADA TROPICAL

– LÔ BORGES – CHAMA VIVA

– NATÁLIA XAVIER – EU TAMBÉM SOU TEUS RIOS

– GIOVANNA MORAES – PRA TOMAR CORAGEM

– ANDRÉ L.R. MENDES – RIMADO

– BALA DESEJO – SIM SIM SIM

– SESSA – ESTRELA ACESA

– TOM ZÉ – LÍNGUA BRASILEIRA

– TUYO – FRAGMENTOS 2

– GLÓRIA GROOVE – LADY LESTE

– LUEDJI LUNA – BOM MESMO É ESTAR DEBAIXO DÁGUA (DELUXE)

– ANELIS ASSUMPÇÃO – SAL

– JOÃO DONATO – SEROTONINA

– BRUNO BERLE – NO REINO DOS AFETOS

– FERNANDO CATATAU – FERNANDO CATATAU

– WALFREDO EM BUSCA DA SIMBIOSE – SELF

– VANGUART – OCEANO RUBI

– FUNNY ALEXANDER – SORTE QUE TEM O AMANHÃ

 

 

Dez Destaques

 

10 – DULCE QUENTAL – SOB O SIGNO DO AMOR – Dulce canta o que quer, o que sente, fato que a levou a se exilar na cidade litorânea de Angra dos Reis durante a pandemia, registrando lá, numa casa alugada e isolada, as bases e ideias da maioria das faixas que viriam a formar “Sob O Signo Do Amor”. Durante a pandemia, isolada na casinha, perto do mar, dos habitantes do local, da vida simples de lá e com as antenas ligadas do mundo, ela foi construindo um álbum que soa como uma antítese portátil para a rapidez desenfreada dos nossos dias. (ler resenha completa)

 

9 – PLANET HEMP – JARDINEIROS – “Jardineiros” é mais que uma atualização de discurso. É uma polaroide da nossa realidade com cores nítidas. É um típico caso em que os músicos gostariam que não fosse preciso falar das mesmas mazelas. Porém, como é absolutamente necessário, eles não ficam em silêncio. É um disco bem-vindo, fiel ao que vivemos em 2022. (ler resenha completa)

 

 

8 – TERNO REI – GÊMEOS – a marca mais interessante de “Gêmeos” é a fluidez ainda maior dos arranjos. Os entrelaces de guitarras e teclados estão cada vez mais bem executados, fornecendo ambiências poderosas para as letras. E são essas palavras que mantém o grupo no terreno emocional, dissertando sobre nostalgia, saudade, mas também com uma consciência política adquirida na feitura do álbum, durante a pandemia. Uma faixa como “Aviões”, por exemplo, marca o desejo de retomar o mundo como era, porém com a capacidade de colocar em prática os aprendizados adquiridos no meio do furacão. E quando faz esse tipo de incursão na temática mais, digamos, aguda, o Terno Rei se sai com uma inegável capacidade de soar doce e brando, mas sem perder a força de seu protesto.
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7 – CRIOLO – SOBRE VIVER – Uma porrada. Não há outro jeito de descrever “Sobre Viver”, o novíssimo álbum de Criolo. Gestado no luto do cantor e compositor paulistano – que perdeu a irmã durante a pandemia – o trabalho tem 10 faixas que enumeram as questões sociais, políticas e econômicas que fazem o país ser tão desigual. Criolo faz isso de forma tão natural e visceral que chega a causar constrangimento no ouvinte. Dono de um estilo muito pessoal e de uma voz marcante, Criolo arremessa as dez canções na nossa cara sem qualquer dó e nos faz questionar se o estilo que ele está cantando é uma nova forma de rap. (ler resenha completa)

 

6 – DINGO – A VIDA É UMA GRANADA – a banda gaúcha encurtou o nome, mas manteve seu som com a mesma pegada – a reverência pelos arranjos e pela melodia, ou seja, pela canção. Com muito talento, o quarteto gaúcho oferece um desfile de onze faixas harmoniosas e cheias de surpresas aurais. A produção de Helio Flanders e Gilberto Ribeiro Jr. potencializa esta vocação e confere ainda mais sentimento ao que já é carregado de emoção. Destaque para a faixa-título e a ótima “Parabólicas”, ambas presentes na nossa playlist oficial do ano.

 

5 – LEILA MARIA – UBUNTU – este disco é uma joia preciosa de inventividade e sentimento. Egressa das fileiras do programa The Voice (da primeira edição, de 2011), Leila Maria é uma baita cantora e tem um apuradíssimo senso estético. Ela arremessou nove originais de Djavan para os bons tratos de uma banda com músicos africanos e brasileiros, que levaram as composições para outros tempos e lugares. As recriações de “Asa” e “Meu Bem Querer” – presentes na nossa playlist de melhores canções de 2022 – são apenas dois momentos em meio a um disco sem desperdício, verdadeiro acalanto para iniciar 2023.

 

 

4 – MOONS – BEST KEPT SECRET – Formado por músicos que já têm outras carreiras e projetos, o Moons é André Travassos (violão, guitarra e voz), Bernardo Bauer (voe e baixo), Digo Leite (guitarra), Felipe D’Angelo (voz, piano, guitarra barítona e sintetizadores), Jennifer Souza (voz, guitarra e percussão) e Pedro Hamdan (bateria e percussão). Essa galera se reuniu num sítio nos arredores de Belo Horizonte, submergiu no tempo-espaço, e voltou de alguma dimensão paralela de gentileza e rebuscamento com essas nove canções. “Let’s Do It All Again” já tem um pedigree de soft rock de Los Angeles safra 1979. Parece um arranjo da banda que acompanhava James Taylor por aquele tempo, com pitadas sutilíssimas de jazz e um equilíbrio invejável, que se baseia nos vocais aveludados de Jennifer Souza, uma das maiores cantoras brasileiras que pouquíssimos conhecem.
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3 – MAGLORE – V – Se julgarmos pela diversidade das influências que a Maglore apresenta neste ótimo “V”, seu último álbum de inéditas, dá pra dizer que rock é apenas uma delas, num balaio de pop, brasilidades tantas, psicodelia, sessentismos mil. Ouvindo algumas canções do disco, daria pra dizer que os baianos soam até como uma banda jovemguardista. O que importa é que “V” é uma prova definitiva do talento dos sujeitos, se é que isso era preciso. (ler resenha completa)

 

2 – TIM BERNARDES – MIL COISAS INVISÍVEIS – Engraçado, ou melhor, curioso notar que um país embrutecido e lamentável como o Brasil atual seja o solo do qual brota algo tão belo e límpido como a obra de Tim. Sua proposta é de derreter o gelo presente na descrença de relações e confiança a partir da música. É algo ambicioso, totalmente grandioso e, arrisco dizer, plenamente alcançado em “Mil Coisas Invisíveis”. Ao contrário dos trabalhos do Terno e de “Recomeçar”, aqui Tim rompe uma barreira importantíssima – a da autoria. Suas canções prévias eram boas, cheias de ideias legais do arranjador Tim ou do instrumentista Tim. Mas o compositor, aquele arquiteto de melodias, ainda aparecia tímido em relação ao músico. E a presença de composições suas gravadas por Gal Costa e Maria Bethânia deu conta de que a maturidade havia chegado para esta sua faceta. (ler resenha completa)

 

 

1 – VITOR RAMIL – AVENIDA ANGÉLICA – “Avenida Angélica” tem conteúdo para ser filme, peça de teatro, livro e disco. O ouvinte percebe que está diante de um espetáculo que só se impõe pela diversidade/necessidade de expressão em múltiplas formas de arte. É algo imenso, belo e que vai aconchegar o espectador numa espécie de sala de espelhos de experiências e vivências cotidianas e afetivas. Coisa linda. (ler resenha completa)

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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