Enquanto isso, Bruce Springsteen desembarcou na Europa

 

 

Em setembro de 2023, completam-se dez anos do show mais impressionante que já assisti: Bruce Springsteen e The E Street Band no Rock In Rio. Digo sem medo de errar que a apresentação do veterano cantor e compositor americano, ao lado de sua não menos importante banda de apoio, está entre as cinco da história de todos os Rock In Rio – dos que já aconteceram e dos que ainda virão. Enquanto escrevo isso, Bruce e sua turma devem estar se preparando para o segundo show que farão no continente europeu, na RDS Arena, em Dublin, capital da Irlanda. Ele fará três shows por lá e seguirá para a França. Ao todo, Bruce fará 31 shows na Europa, passando por Espanha, Irlanda, França, Itália, Holanda, Escócia, Suíça, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Suécia, Noruega, Dinamarca e Áustria.

 

 

Nada mau, certo? A abertura dessa turnê europeia foi no Estadi Olimpic Lluis Companys, em Barcelona, num show com 28 canções, várias delas clássicas, em apresentação dada no dia 28 de abril. É a primeira turnê que Bruce faz desde a pandemia e, como não ficou parado neste meio tempo, tem dois álbuns para apresentar ao público – o confessional “Letter To You” (resenha aqui) e a homenagem que fez à soul music, “Only The Strong Survive” (resenha aqui), lançados em 2020 e 2022, respectivamente. Além dos discos, inéditos no palco, sabemos bem que Bruce é uma criatura dos palcos. Desde sempre, seus shows são mitológicas experiências extra-musicais, nos quais ele consegue unir algo de messiânico com a habilidade musical que caracteriza sua obra. Suas canções sobre povo, experiências pessoais, superação e contos da vida real são amplificadas ao vivo através de sua habilidade ímpar de incluir as pessoas em suas narrativas.

 

 

Aos 73 anos, Bruce também conta com a maioria de seus músicos oscilando na mesma faixa etária, o que nos faz supor se ainda terá fôlego para seguir na estrada como tem feito há tanto tempo. Ele parece não se importar com isso e segue unindo as pessoas. Por exemplo, em sua apresentação recente em Barcelona, Bruce recebeu a ex-Primeira Dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, que fez backing vocals na clássica “Glory Days”, canção de 1984, do álbum “Born In The USA”. Barack Obama estava na primeira fileira da plateia e assistiu emocionado ao improvável encontro.

 

 

A turnê de Bruce pelo Velho Continente reserva algumas particularidades interessantes. Ele fará dois shows enormes no Hyde Park, em Londres, nos dias 6 e 8 de julho, com pinta de celebração do verão e de espaços imensos a céu aberto. As apresentações passarão por estádios modernos, como o Parken, em Copenhague ou lugares simbólicos, como o Olympiastadion, em Munique e o Autodromo Nazionale di Monza, onde encerrará as apresentações, no dia 25 de julho.

 

 

Se você é fã do homem, do mito, da lenda, recomendamos acompanhar os shows neste link, que é do site Nugs.net, que está disponibilizando o streaming dos shows de forma gratuita, por um período de sete dias de teste. Também vale ficar atento aos sites de download de arquivos, pois os áudios dos shows, em qualidade digital, estão dando sopa por aí. Bruce ao vivo é experiência definidora de caráter e a gente segue sonhando com um retorno dele para terras brasileiras. Seria praticamente perfeito.

 

Eis o setlist do show de Barcelona:

No Surrender

Ghosts

Prove It All Night

Letter To You

The Promised Land

Out in the Street

Candy’s Room

Kitty’s Back

Nightshift

Human Touch

Mary’s Place

The E Street Shuffle

Pay Me My Money Down

Last Man Standing

Backstreets

Because the Night

She’s the One

Wrecking Ball

The Rising

Badlands

Thunder Road

Born in the U.S.A.

Born to Run

Glory Days

Bobby Jean

Dancing in the Dark

Tenth Avenue Freeze-Out

I’ll See You in My Dreams

 

 

E aqui está Michelle Obama no palco com Bruce e a E Street Band.