Rock In Rio 2019 – Tenacious D

Cobertura especial, direto da Cidade do Rock

 

Qual é o grande barato do Tenacious D? O fato de ser uma piada, uma zoação, uma chalaça, uma troça, uma pilhéria, um oba-oba, um trololó. Certo? Agora pense que a banda de Jack Black jamais teve um disco lançado aqui, uma vez que, como dissemos, é uma brincadeira, dessas de americano pra americano, sobre clichês do rock, fama, shows e tudo mais. Pois é essa a realidade do show dos caras no RIR.

 

Black é um performer de primeira categoria. O conceito da dupla – que ele forma com Kyle Gass – data de 1994 e ele sempre procurou mantê-la viva e atuante. À medida que sua carreira cinematográfica foi ganhando fama, ao longo da década de 1990, chegando a uma espécie de ápice em 2003, quando estrelou “Escola de Rock”. Pois bem, para quem não tem um pouco mais de informação, a apresentação da dupla parece algo como se o professor Ned Schneebly/Dewey Finn tivesse montado uma banda com outro nerd velho e conseguido sucesso.

 

Muita gente discorda desta visão, claro. O problema de shows com viés cômico/irônico como este é que a piada se perde no imenso espaço da Cidade do Rock, legitimada por gente que acha verdadeiro tudo o que está no palco ou que acha sensacional a versão forró de “Smells Like Teen Spirit”, com a participação do baixista brasileiro Juninho Groovador. Ou seja, tudo é uma grande farsa consentida e esperada. Há quem goste, há quem programe este tipo de show num festival enorme, há quem, enfim, há todo tipo de gente.

 

Jack Black é o único que não tem qualquer responsabilidade. Um show feito para quem entende as entrelinhas e só pra essa gente. Lembra Massacration.

 

Setlist

Post Apoc Intro

JB JR Rap

Woman Time

Save The World

Post Apoc Outro

Rize The Fenix

Low Hanging Fruit

Saxaboom

Smells Like Teen Spirit

Dude (I Totally Miss You)

Kickapoo

Beelzeboss

The Metal

Dio

Tribute

Double Team

FHG

 

 

Foto: Adriana Vieira

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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