Rock In Rio 2019 – Whitesnake
Cobertura especial, direto da Cidade do Rock.
Tudo bem que David Coverdale está com as feições alteradas por conta de intervenções cirúrgicas de caráter estético-duvidoso. Tudo bem que sua voz já não tem o alcance e a autonomia de voo de outrora, mas, não dá pra negar que o Whitesnake fez um show legal no Rock In Rio. Com a presença do venerável basterista Tommy Aldridge, que, entre outros, já tocou com Ozzy Osborne, Gary Moore e com o próprio Whitesnake, desde o fim dos anos 1980, a banda tem inegável punch e dedicação no palco. Tudo o que faltou aos Titãs esteve de sobra na apresentação da Cobra Branca.
Coverdale, como dissemos, não é mais o mesmo, porém, dá o que pode em sucessos como “Slide It In”, “Love Ain’t No Stranger” e na baladona “Is This Love”, cantada a plenos pulmões até por alguns seguranças presentes a distâncias respeitáveis do Palco Sunset. Curioso que o Tenacious D, no Palco Mundo, sacaneava o rock indústria e establishment, algo que o hard rock farofeiro do Whitesnake representa, porém, no universo das piadas e na realidade da dedicação e da comunicação com os fãs, Coverdale e seus amigos soam mais verdadeiros e dentro do contexto.
Com solo ensandecido de Aldridge, 70 anos, e uma versão dedicada de “Burn”, do Deep Purple, o Whitesnake atendeu os fãs e mostrou que ainda merece respeito nessa espelunca. Se tivesse tocado “Guilty Of Love”, iríamos pro abraço.
Setlist
Intro
Bad Boys
Slide It In
Love Ain’t No Stranger
Hey You
Slow & Easy
Trouble
Is This Love
Here We Go Again
Still Of The Night
Burn
Foto: Adriana Vieira
Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.
