Peter Gabriel faz aniversário e regrava “Biko”

 

 

Peter Gabriel faz 71 anos de idade hoje, dia 13 de fevereiro. Sua importância para a música segue imensa, especialmente por ter sido um dos grandes atores da mistura de referências e influências que iam além da esfera anglo-americana, passando a manipular matrizes eletrônicas, africanas, orientais e, especialmente, revestindo seu approach progressivo em algo totalmente novo e muito mais instigante.  Ao longo de sua carreira, Gabriel conseguiu unir esta nova fórmula sonora a algum apelo pop, resultando em obras interessantes, como “So”, seu álbum de 1987, que segue como um dos pontos altos de sua trajetória.

 

Há alguns dias, o músico regravou seu libelo anti-apartheid de 1980 “Biko” com a ajuda de 25 músicos de todo o mundo, entre eles. a vocalista e ativista beninense Angélique Kidjo, Yo-Yo Ma, o Cape Town Ensemble, Sebastian Robertson e a baixista Meshell Ndegeocello.

 

O vídeo foi produzido por Sebastian Robertson (filho de Robbie Robertson, da The Band)  e Mark Johnson como parte da iniciativa Playing for Change’s Song Around the World.

 

A canção original foi escrita como um tributo ao ativista anti-apartheid sul-africano Steve Biko, que foi assassinado sob custódia policial em 1977, mas Gabriel disse à Rolling Stone que ainda tem um significado incrível hoje.

 

“Embora o governo de minoria branca tenha acabado na África do Sul, o racismo em todo o mundo que o apartheid representou continua”, diz ele. “O racismo e o nacionalismo estão tristemente em alta. Na Índia, Mianmar e Turquia, Israel e China, o racismo está sendo explorado deliberadamente para ganho político. “

“No front preto / branco, o movimento Black Lives Matter deixou muito claro o quão longe ainda temos que ir antes de podermos dizer que escapamos da sombra negra do racismo”, acrescenta.

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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