Gal Costa lança singles e anuncia novo álbum

 

 

A partir de hoje, dia 13 de novembro, Gal Costa começa a lançar os dez singles que formarão seu próximo álbum de estúdio. As faixas chegarão às plataformas digitais aos pares até o final de janeiro de 2021, e serão editadas em formato físico – LP e CD – em fevereiro de 2021, pela Biscoito Fino.

 

O álbum trará dez artistas de diferentes gerações, relendo clássicos gravados por Gal ao longo de seus 55 anos de carreira. Criolo, Rubel, Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Silva, Tim Bernardes, Zé Ibarra e Zeca Veloso; o português António Zambujo e o uruguaio Jorge Drexler são os convidados internacionais do projeto. O título provisório é “Gal 75”.

 

A ideia do álbum de participações nasceu no começo do segundo semestre, em meio ao recolhimento da pandemia. Em um telefonema, Gal Costa comentou com Marcus Preto, diretor artístico do projeto, com quem trabalha desde 2013, que sentia que os jovens estavam ouvindo mais a música de sua geração do que antes da quarentena. Preto confirmou a impressão com dados: o consumo de música “de catálogo” de fato aumentou sensivelmente durante esse período, provavelmente pelo conforto que os clássicos dão à alma em momentos assim. Já que não havia ambiente para pensar em um álbum de inéditas, por que não fazer um trabalho retomando alguns desses clássicos? E por que não chamar justamente jovens artistas para cantá-los com Gal?

 

A tudo isso, somou-se a empolgação de Gal com as duas apresentações do show “A Pele do Futuro”, feitas imediatamente antes do recolhimento, que contaram com as participações de Rubel (na Fundição Progresso, em janeiro) e de Silva (na Concha Acústica de Salvador, em fevereiro). Contou também a ótima repercussão do single ao vivo com Rubel, lançado digitalmente em julho, registro feito sem maiores pretensões, naquela mesma noite, na Fundição. “Gostei da ideia, vamos nessa!”, determinou Gal. Preto sugeriu alguns nomes, a própria Gal veio com outros.

 

A proposta era manter por perto os jovens artistas que já faziam parte do universo musical da cantora até ali. Como é o caso de Silva, Tim Bernardes, Criolo e Zeca Veloso, que tiveram suas composições gravadas por Gal nos dois álbuns de estúdio mais recentes, “Estratosférica” (2015) e “A Pele do Futuro” (2018). Com Rubel, a cantora tinha acabado de lançar um single ao vivo.

 

Quatro artistas inauguram parcerias com Gal Costa. Tanto os brasileiros Rodrigo Amarante e Seu Jorge quando os estrangeiros António Zambujo e Jorge Drexler são nomes que Gal admira desde sempre, sobretudo pelo jeito manso de cantar, remetendo ao ídolo maior, João Gilberto. Pela voz de Zé Ibarra, Gal se apaixonou quando o ouviu cantando ao lado de Milton Nascimento, no show comemorativo do Clube da Esquina.

 

Por terem sido produzidas em meio à pandemia, as dez faixas de “Gal 75” foram gravadas em seis cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Lisboa, Madri, Los Angeles e Vitória.

 

 

Principal compositor nesses 55 anos de carreira de Gal Costa, Caetano Veloso é o autor comum nos singles inaugurais do projeto “Gal 75”. Ambas as faixas foram lançadas originalmente em “Domingo” (1967), primeiro LP de Gal Costa e Caetano Veloso.

 

Em dueto com Rodrigo Amarante, compositor e vocalista da banda Los Hermanos, Gal Costa regrava “Avarandado” (Caetano Veloso). A nova versão tem produção do próprio Amarante, que também assina o arranjo de base e a execução de todos os instrumentos, exceto cordas. A interpretação de Amarante remete à regravação de “Avarandado” feita por João Gilberto em 1973.

 

Parceria de Caetano com o poeta Torquato Neto (1944 – 1972), “Nenhuma Dor” é a canção que Zeca Veloso pinçou para dividir com Gal Costa neste dueto. Zeca criou o arranjo de violão e os contracantos presentes na gravação de 2020. Mais uma vez, o arranjo de cordas é de Felipe Pacheco Ventura.

 

Ficha técnica dos singles:

 

“Avarandado” (Caetano Veloso)

Gal Costa – voz
Rodrigo Amarante – voz, violões, baixo, bandolim, percussão e arranjo de base
Felipe Pacheco Ventura – violinos, violas e arranjo de Cordas
Marcus Ribeiro – cellos

Produzida por Rodrigo Amarante
Co-produzida por Felipe Pacheco Ventura e Marcus Preto

 

“Nenhuma Dor” (Caetano Veloso/ Torquato Neto)

Gal Costa – voz
Zeca Veloso – voz, violão e contracantos
Felipe Pacheco Ventura – violinos e arranjo de cordas
Marcus Ribeiro – cellos

Produzida por Felipe Pacheco Ventura, Marcus Preto e Zeca Veloso

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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