Moby – Everything Was Beautiful And Nothing Hurts: Remixes
Gênero: Eletrônico
Duração: 167 min.
Faixas: 25
Produção: Moby
Gravadora: Independente
O último disco de Moby, “Everything Was Beautiful And Nothing Hurts”, o décimo-quinto de sua carreira, foi um dos grandes momentos da música eletrônica em 2018. Semelhante ao grande sucesso do americano, “Play” (1999), o disco mantinha a preocupação que Moby exibe em relação ao planeta e ao destino que estamos dando a ele. Mais que isso: recuperava a habilidade em fazer música eletrônica com alma, misturando sonoridades e timbres pouco comuns, dando espaço para novas abordagens. O álbum foi tão importante para o artista que ele decidiu ampliar seu conceito.
Primeiro foi uma versão lançada em streaming, na qual o disco era totalmente executado ao vivo no estúdio, procurando mostrar o caráter orgânico das faixas ainda mais. Agora vem esta versão com 25 remixes de faixas de “Everything Was Beautiful And Nothing Hurts”, todas feitas pelo próprio Moby e mostrando o quão bom ele é neste terreno. É bom lembrar que ele já assinou remixes para gente tão diversa quanto Blur, Aerosmith, B-52’s, David Bowie e por aí vai. Quem o conhece, no entanto, sabe que ele sempre se saiu melhor remexendo na própria obra, ampliando e encolhendo espectros sonoros de acordo com o momento. No caso deste último trabalho, as remixagens só fizeram bem às canções originais, que já eram soberbas.
“Like A Motherless Child”, “Falling Rain And Light” e a devastadora “Mere Anarchy” ressurgem em novas versões, com batidas, sem batidas, com ou sem cordas, reviradas, repensadas, revalorizadas. Não deixe passar batido só porque é um “disco de remixes”. Talvez seja um dos grandes discos de remixes lançados nos últimos anos.
Ouça primeiro: “Mere Anarchy (The Storm Rise Remix)”
Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.