Seletores de Frequência vem aí

 

 

Estamos acostumados a associar o nome Seletores de Frequência ao rapper BNegão, certo? Isso se dá porque a banda acompanha o cantor ao vivo e já gravou discos com ele. Agora o grupo de músicos está prestes a lançar seu primeiro álbum solo, cujo título já foi definido: “Astral”, e sai em junho pelo selo Rock It, de Dado Villa-Lobos. Os Seletores atuais são: Pedro Selector, no trompete (integrante desde o início do grupo), Robson Riva na batera, Sandro Lustosa na percussão, Nobru Pederneiras no baixo, Gilber T na guitarra e Marco Serragrande no trombone.

 

Uma audição no primeiro single, “Piloto de Fuga (nº2)” já mostra o que podemos esperar. Uma levada incadecente de funk, cheio de metais e guitarras em wah-wah, tudo sobre uma argamassa sólida de baixo e bateria, tudo no seu lugar. Há um certo clima de trilha sonora de blaxploitation em algum lugar, são três minutos e meio de puro groove em estado bruto, honrando as influências que os Seletores mostraram ao longo do tempo, seja acompanhando BNegão, seja em carreira solo (eles têm um EP de 2016, chamado “SF”).

 

Com nítida influência de funk e dos Beastie Boys, especialmente em relação às gravações instrumentais que o trio novaiorquino fez em sua carreira, os Seletores levaram mais de dois anos para concluir “Astral”. Vários atropelos e adiamentos, mudança de integrantes e uma imensa tristeza: a morte do baixista Fábio Kalunga.

 

Já estamos na espera. Num tempo em que todo mundo está sem eira nem beira por conta da pandemia, nada como um petardo dançante para dar uma aliviada na tensão. Veja abaixo as canções do álbum.

“Piloto de Fuga (No 2)”
“Tony Árabe”
“Só Pra Salvar”
“Boca Maldita”
“Riva Doobie”
“Trem do Cão”
“Biza”
“Sambatido”
“…E Segue o Baile!”
“Fumaça”
“Leva Fé (Lá)”

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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