Conversas com May East

 

 

(texto e materiais de áudio em parceria com Fred M)

 

May East integrou a Gang 90 & Absurdettes, banda que emplacou vários hits na cena musical brasileira no início dos anos 1980. Bem menos conhecido, seu trabalho solo é composto por álbuns que são cultuados por audiófilos e críticos musicais. May East foi uma das primeiras artistas a misturar elementos da cultura brasileira ao rock dos anos 1980. Ela também utilizou amplamente bases e ambiências eletrônicas de forma orgânica e criativa.

 

Remota Batucada (1985), no qual juntava new wave e samba, xaxado e ritmos regionais: um cenário composto pela cultura folclórica brasileira, música oriental, David Bowie, Brian Eno, eletrônica e referências de velhos e novos mundos. Tabapora (1987) vai além e explora as raízes indígenas brasileiras e defende a preservação ambiental, o que reverbera até hoje em sua carreira como proeminente ecologista (tabapora significa “casa bonita” na língua guarani). Charites (1990) consolida essa trajetória de sincretismos e experimentações em uma world music composta por diversas camadas de sons e sentidos.

 

May East hoje é internacionalmente reconhecida por seu trabalho como ambientalista e ativista pelos direitos humanos, tornando-se umas das lideranças da ONG Gaia Education. Uma entrevista sobre esse trabalho e suas mensagens aos tempos de pandemia pode ser conferida no blog Antropológicas Epidêmicas, neste link.

 

No último mês foram relançados nas plataformas virtuais os álbuns Tabapora (1987) e Charites (1990), e em breve também estará disponível o Remota Batucada (1985). Esses trabalhos coroam o estilo denominado por ela de Música Brasileira de Vontade e Procura.

 

Propusemos a May East que ela nos falasse de algumas faixas desses três álbuns. Havíamos pensado em seguir a cronologia dos álbuns, mas May East preferiu outra lógica, menos linear, sugerindo faixas que tocavam em temas que atravessam suas produções musicais e reflexões criativas: os desastres civilizatórios, a cidadania ecológica, a relação entre vida e ficção e a assinatura do feminino.

 

Além disso, convidamos o artista Johann Heyss, fã confesso, para fazer uma apresentação/homenagem à carreira solo de May East. O primeiro dos quatro áudios registra essa apresentação. Os três seguintes trazem o resultado de nossa conversa com May East. Boa escuta!

 

 

 

 

 

 

Emerson G

Emerson G curte ler e escrever sobre música, especialmente rock. Sua formação é em antropologia embalada por “bons sons”, para citar o reverendo Fábio Massari. Outra citação que assina embaixo: “sem música, a vida seria um erro” (F. Nietzsche).

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