Um cantor em preto e branco

 

 

O cantor carioca Anderson Vaz lança amanhã, sexta-feira, no seu canal no YouTube, o projeto Voz em Preto e Branco, apresentando à capela uma mistura de músicas e estilos, com gravações de músicas autorais e de outros compositores. A música de estreia é uma surpresa pra quem for conferir o projeto!

 

“A ideia para o Voz em Preto e Branco surgiu primeiro da necessidade de criar algo novo pra postar nas minhas redes, mas depois virou uma necessidade de valorizar a voz. De mostrar a importância da nossa profissão, da nossa contribuição para as canções. A voz faz toda diferença em qualquer projeto musical”, explica o artista, vencedor do prêmio Novos Bambas do Velho Samba de 2014, do tradicional bar Carioca da Gema, no coração da Lapa, no Rio de Janeiro.

 

Cria do bairro de Campo Grande, Anderson Vaz começou a soltar a voz em 1999, no Lírios do Samba, grupo formado com seus primos e que, em 10 anos de atividades, tocou um pouco de tudo. Em 2010 participou da fundação do Samba de Benfica, seguindo em carreira solo a partir daí. Hoje, entre outras frentes, é vocalista do bloco Chinelo de Dedo.

 

“O preto e branco é uma paixão antiga em foto e me remete a algo embrionário, como se estivesse nascendo, pra então chegar às cores. A ideia é essa: gravar músicas à capela em vídeos sem cor, para justamente chamar a atenção somente para a voz. Coisa de artista parado por conta da pandemia”, brinca.

 

Sobre o recente cancelamento do carnaval, é enfático. “Acho super necessário, apesar de sentir um vazio sem a nossa folia. Mas nesse momento o que importa mesmo é nossa saúde. Não podemos brincar com esse vírus que já matou muita gente”, opina. Quanto à pandemia em si, após alguns surtos de ansiedade e preocupações com o futuro, se agarrou à arte. “Fui estudar composição porque, até então, eu não tinha feito nada sozinho nesse sentido. Procurei aprender a editar vídeos, fazer flyers, um pouco de tudo pra manter a chama acesa, sabe? Tudo pra não deixar me abater por estar parado, mesmo sabendo que por conta de um vírus que atingiu o mundo”, explica. “Ainda continuo um pouco ansioso e preocupado com o futuro, mas me sentido vivo e forte pra seguir na batalha”, finaliza.

 

Celso Chagas

Celso Chagas é jornalista, compositor, fundador e vocalista do bloco carioca Desliga da Justiça, onde encarna, ha dez anos, o Coringa. Cria de Madureira, subúrbio carioca, influenciado pelo rock e pela black music, foi desaguar na folia de rua. Fã de poesia concreta e literatura marginal, é autor do EP Coração Vermelho, disponível nas plataformas digitais.

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