Black Crowes de volta ao disco após 15 anos

 

 

Alguns podem dizer que este projeto levou muito tempo para ser finalizado. Anos tumultuados, inclusive. Os Black Crowes, no entanto, dizem que e”Happiness Bastards”, seu novíssimo álbum, chega na hora certa. É a “salvação do rock’n’roll”, que tantos falam por aí e que varia de época pra época. Talvez em pleno 2024, quem sabe, um novo álbum de Chris e Rich Robinson possa desempenhar um papel semelhante. Se fizer novas e novíssimas gerações lembrarem do blues rock malandro dos anos 1970, de gente como Faces, Humble Pie, Free e Rolling Stones, já terá valido.

 

 

 

Numa época em que o estilo parece desacreditado de seu poder renovador, condenado a existir na naftalina de gente que não entende a passagem do tempo, surgem os Black Crowes lidando com a angústia das palavras não ditas, escritas no papel e eletrificadas pelas cordas da guitarra, revelando um rock & roll despojado, clássico mas nunca nostálgico. Sem brilho, sem glitter, apenas r&b no que há de melhor – corajoso, alto e direto na cara do ouvinte.

 

Desde que a banda se reuniu em 2019, eles foram mais de 150 shows em 20 países ao redor do mundo, comemorando o 30º aniversário de “Shake Your Money Maker”, o álbum que os colocou no mapa em 1990. Ao retornarem da estrada, sabiam que precisavam de algo novo para mostrar pelo tempo perdido. Os Robinson Brothers e o baixista de longa data Sven Pipien foram para o estúdio com o produtor Jay Joyce no início do ano passado e as experiências dos anos anteriores foram transcritas através da música enquanto a banda encontrava o caminho de volta às suas raízes. E finalmente chegou – “Happiness Bastards” será lançado em 15 de março de 2024.

 

Para esquentar os motores, o single “Wanting And Waiting” chega como aperitivo do que vem por aí. No caso dos Crowes, a gente já sabe que pode confiar.

 

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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