34 Canções Insuportáveis dos Anos 2000 – Internacionais

 

 

 

Esta é a quarta e – por enquanto – última lista de canções insuportáveis divididas por décadas que publicamos aqui na Célula. Decidimos seguir até aqui porque as outras relações de músicas ruins alcançaram altíssimo número de visualizações, o que só nos confirma que o povo gosta de uma treta e pede por elas. Claro, muitos dirão – e não estarão errados – que isto aqui é puro confronto de gostos pessoais, mas é necessário apontar os momentos em que multidões ouvem e entoam canções terríveis sem que se deem conta. Ou, pior, se dão conta e seguem em frente. Também é interessante notar que algumas criações nascem boas e – como diria o filósofo – são corrompidas com o passar do tempo. De qualquer forma, elas estão aqui.

 

 

Uma olhada para a primeira década do século vai apontar o destaque absoluto de Black Eyed Peas e Nickelback no ofício de criar música ruim. Em ambos os casos – hip hop e rock – os grupos são arremedos criativos engendrado por espertalhões que souberam lidar e ampliar a fama. Em países mais atrasados como o nosso, a falta de shows e a burrice radiofônica dão a essas bandas, esgotadas criativamente há muito tempo, o status de grandes atrações em festivais e eventos por aqui. Essa lista chega para confirmar que eles, além de vários outros artistas conhecidos e aclamados, sempre estiveram tramando contra a paz de espírito das pessoas. Ou não. Afinal de contas, é você que decide.

 

 

Black Eyed Peas – I Gotta Feeling  (2009)

– My Humps (2005)

– Boom Boom Paw (2009)

– Let’s Get Started (2003)

– Pump It (2005)

O BEP é uma espécie de É O Tchan do rap, um grupo de proveta, que arranha o estilo e usa de espertalhões para dar alguma legitimidade ao que faz. Seja nos tempos em que a abominável Fergie fazia parte, seja mais tarde, a mente maligna de will.i.am sempre esteve por trás de tudo, numa verdadeira confirmação de sua banalidade absoluta como cantor e produtor. Mesmo assim, o sujeito foi parar até em disco do Sergio Mendes. Essas canções aqui, juntas, em sequência, são um verdadeiro ataque nuclear contra a mente do ouvinte, sendo impossível destacar qual a pior de todas. Eu fico entre “My Humps” e “Boom Boom Paw”, certamente dois dos piores momentos da criatividade humana no novo milênio.

 

 

 

Beyonce – Single Ladies (2008)

Eu realmente preferia que Beyonce ficasse no Destiny’s Child mas, uma vez que ela saiu, devo confessar que não curto muito seu trabalho, ainda que reconheça seu talento vocal. Mas esta canção aqui, infelizmente, tornou-se uma praga absoluta, tocando em todos os lugares e ainda divulgando uma coreografia anabolizada, contribuindo para um horror ainda maior. Evite.

 

 

 

 

Train – Hey Soul Sister (2010)

Cançoneta desta bandola americana de surfippies velhos, que perderam o bonde mas ainda conseguiram povoar as listas de emissoras de FM preguiçosas e, se me lembro bem, ainda foram parar em alguma trilha sonora de novela global. A melodia é infecciosa e grudenta que só. Passe longe.

 

 

 

 

Eminem – The Real Slim Shady (2000)

– Lose Yourself (2004)

Não consigo realmente entender o motivo da admiração que algumas pessoas têm pelo “rapper” Eminem. Não bastasse ter uma voz aguda, que não ajuda na audição, a produção de suas canções é frouxa e limitada. Estas duas faixas aqui o tiraram do meio alternativo e o arremessaram num mainstream burro e pobre de ideias.

 

 

 

 

Shakira e Wyclef Jean – Hips Don’t Lie (2005)

A gente sabe que a Shakira é legal e tem um monte de músicas bacanas, porém, quando ela erra a mão, erra com profissionalismo e relevância. É o caso desta canção aqui, um dueto com o ex-Fugees Wyclef Jean, que é um compêndio de samples frouxos e uma melodia pobrinha, pobrinha.

 

 

 

 

Nickelback – Someday (2003)

– Far Away (2005)

– Rockstar (2005)

– Burn It To The Ground  (2008)

– How You Reminded Me (2001)

Gente, nem tem muito o que dizer. Nickelback é imperdoável e injustificável. Ponto final.

 

 

 

50 Cent – Candy Shop (2005)

Canção supostamente sensual e safadinha, mas que não foi perdoada pelo passar do tempo. Na verdade, apesar dos mais de 600 milhões de streamings, provavelmente ela sempre foi bem bregona e de mau gosto.

 

 

 

 

James Blunt – You’re Beautiful (2005)

Gente, esta canção é, com o perdão da palavra, um horror. A melodia é bela, mas os vocais e a letra arruínam tudo de forma irreversível.

 

 

 

Creed – One Last Breath (2001)

– My Sacrifice (2001)

Imagine um sub-Pearl Jam descarado, que entende sua banda “inspiradora” a partir do que ela fez nos seus piores momentos da carreira. Este é o Creed, um horror absoluto e injustificável. Tristemente, junto com o Nickelback, o Limp Bizkit e o Linkin Park, fez o QUADRADO MÁGICO das rádios rock no início dos anos 2000. Os fãs merecem.

 

 

 

 

Foo Fighters – Best Of You (2005)

– The Pretender (2007)

A partir do terceiro disco, o Foo Fighters iniciou a consolidação de seu nome como uma das bandas mais importantes do rock mundial, e também uma das mais preguiçosas, seguindo o mesmo modelo de canção por quase duas décadas.

 

 

 

 

 

Limp Bizkit – Behind Blue Eyes (2003)

Um dia alguém ainda vai voltar no tempo e impedir o surgimento do Limp Bizkit. Deus me livre. Uma cover digna de quem odeia o The Who e o original.

 

 

 

Linkin Park – In The End (2000)

– Numb (2003)

O Linkin Park sempre me lembrou um Sampa Crew sem talento. A dinâmica é a mesma: um vocalista “rapper” recita os versos a maior parte do tempo e um outro, “cantor”, arrebenta no refrão. Nada se salva aqui, gente.

 

 

 

 

Justin Timberlake e Timbaland – SexyBack (2006)

Essa é a música negra mais branquela e sem sal já feita. A sensualidade aqui é completamente empastelada, coreografada nas agências de publicidade e projetada milimetricamente para dar certo. Horror. Houve quem comparasse Timberlake com George Michael, veja só.

 

 

 

 

Fergie – Fergalicious (2006)

Fergie é um erro, seja no Black Eyed Peas, seja como cantora solo. Um erro. E há quem pense que esta canção é um hino feminista. Se é, bem que poderia ser melhor, né? A mulherada merece muito mais que essa coisa anódina aqui, que é um plágio da já hedionda “My Humps”. E ainda cravou um pré-meme sonoro: “chequirau”.

 

 

 

 

Benny Benassi – Satisfaction (2003)

Crazy Frog – Axel F. (2005)

Estas duas canções estão naquela prateleira de hits que se comunicam com o lado menos racional dos ouvintes, porque elas não sobrevivem a dois segundos de análise séria. A primeira nasceu com a intenção de ser um hino sexy e a segunda é uma cover gaga da canção-tema de “Um Tira da Pesada”. Aqui no Brasil, “Axel F”, se não me falha a memória, foi usada por dois anões que imitavam Robinho e Tevez na TV.

 

 

 

 

Counting Crows – Big Yellow Taxi (2003)

Eu tenho uma falha grave: gosto e defendo Counting Crows, mas sou isento o bastante a ponto de confirmar que esta cover é um desserviço total, não só ao original, como ao pop em geral. Há uma versão em que a pianistinha Vanessa Carlton aparece duetando com o vocalista Adam Duritz, com um potencial destrutivo ainda pior.

 

 

 

 

Jack Johnson – Upside Down (2006)

Jack não podia ficar de fora desta lista. Suas canções de luau (com “u”, gente, não escrevam LUAL) nunca primaram pela qualidade, mas, se não eram boas, pelo menos não incomodavam muito. Esta aqui, no entanto, ganhou o mundo, as paradas, as salas de espera, os elevadores, tudo mais e hoje é inaudível.

 

 

 

 

Coldplay – Viva La Vida (2008)

Esta canção fez nascer o Coldplay épico, vencendo batalhas medievais, conquistando reinos, territórios, mentes gelatinosas e corações bobos, corações bola. Um horror pomposo e empastelado, tristemente assistido por Brian Eno, que queimou boa parte do crédito que acumulou desde o Roxy Music nesta bomba aqui.

 

 

 

 

Jason Mraz e Colbie Caillat – Lucky

– I’m Yours

Jason Mraz é um infra-Jack Johnson, que, por não ser totalmente surfista e luauzeiro, derivou seu pop aguado para terrenos mais palatáveis e cometeu cançonetas que devem ter feito a delícia dos Melims e Anavitórias da vida. Colbie Caillat, cantorinha californiana que também fez um hit ou dois na década de 2000, aparece duetando e não ajudando em nada.

 

 

 

 

Dave Matthews Band – Where Are You Going (2002)

Davi Matheus terminou a década de 1990 como uma promessa em ascensão por aliar, supostamente, um rock mais acústico a um instrumental jazzypop do tipo que quem não entende nada de jazz adora. Esta canção abriu a porteira para o homem se tornar uma estrela. Felizmente já não ouvimos nada dele há um bom tempo.

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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