Morreu o diretor inglês Alan Parker
É, rapaz, menina, tá tudo este 2020. Escrever obituário é uma das atribuições mais irritantes e terrivelmente corriqueiras do jornalista, especialmente me plantões. Aqui na Célula Pop a gente dorme com um olho aberto e, mesmo assim, demoramos um pouco a falar do assunto. No caso, o lamento hoje é pelo cineasta inglês Alan Parker, que faleceu de manhã, por conta de complicações decorrentes de “uma doença” não informada. Pelo menos foi o que disse a nota emitida pela família do diretor e confirmada pelo British Film Institute.
Parker é um desses sujeitos que praticamente só assinou embaixo de produções interessantes. Sintam o portfólio do sujeito:
A Vida de David Gale
As Cinzas de Ângela
Evita
The Commitments – Loucos pela Fama
Bem-Vindos ao Paraíso
Mississipi em Chamas
Coração Satânico
Pink Floyd – The Wall
Fama
O Expresso da Meia-Noite
Bugsy Malone – Quando as Metralhadoras Cospem
Interessante notar como a música fazia parte dos objetos de interesse de Parker, que rodou longas como “Bugsy Malone”, “Fama”, “The Wall”, “The Commitments” e “Evita”, todos impregnados de interpretações e números musicais. Além disso, ele denunciou a violência em “Expresso da Meia-Noite” e fez um clássico do terror oitentista, “Coração Satânico”, com Mickey Rourke e Robert De Niro. O cara era um gigante.
Que descanse em paz. Parker tinha 76 anos.
Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.
Também dirigiu “Asas da Liberdade” (Birdy, 1984), filme lindíssimo que conta com a trilha sonora formidável do Peter Gabriel.