Gil Scott-Reggae

 

 

 

Já é possível ouvir nos serviços de streaming o ótimo “Carry Me Home. A Reggae Tribute to Gil Scott-Heron & Brian Jackson”. O álbum é criação do grupo The Archives, de Washington D.C, com a participação de Eric Hilton, do Thievery Corporation, na produção e recrutamento. Foi ele que trouxe para o projeto gente como Raheem DeVaughn, o poeta dub Mutabaruka, Puma Ptah, Addis Pablo e Kenyatta Hill (filhos, respectivamente, de Augustus Pablo e Joseph Hill, este último, do grupo Culture).

 

Brian Jackson, cujas colaborações com o finado Gil Scott-Heron, começaram em 1971, no aclamadíssimo disco “Pieces of a Man”, e foram até 1980, aparece em três faixas do tributo.

 

“Estive pensando em uma forma de fazer este tributo por alguns anos, agora ele parece ter tomado a forma que eu queria” – disse o líder do The Archives, Darryl “Trane” Burke.

 

“Tive sorte de crescer numa casa em que a música de Gil era tocada, junto com gente como The Wailers, Burning Spear, Steel Pulse e vários outros. Um dos apelidos do reggae é “soul da ilha”, o que faz disso uma maneira perfeita de apresentar a música dele numa visão diferente. Como as criações de Gil, o reggae tem elementos de jazz e soul. É perfeito para a visão pan-africanista dele” – disse Eric Hilton.

 

A canção mais conhecida de Gil Scott-Heron, a profética “The Revolution Will Not Be Televised”, aparece numa reverente versão instrumental/dub, mostrando que o pessoal envolvido entende – e muito – do riscado.

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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