Frank Sinatra e Quincy Jones na Corrida Espacial
“Fly Me To The Moon” é uma das gravações mais conhecidas de Frank Sinatra.
A canção foi incluída no álbum It Might As Well Be Swing, lançado em 1964, com a participação de Count Basie, que colaborava com Sinatra pela segunda vez. Com Quincy Jones nos arranjos e regência, o disco se configurou como um dos pontos altos do cantor na década de 1960, quando ele iniciaria um lento período de decadência. Com “Fly Me To The Moon” logo na abertura e faixas como “I Can’t Stop Loving You” e “Hello Dolly”, o disco foi sucesso de público.
No entanto, apesar de “Fly Me To The Moon” ter sido gravada por Sinatra em 1964, ela data de dez anos antes com o título “In Other Words”.
A gravação de Sinatra é um abraço à Corrida Espacial e ao clima de “new frontier” que permeava a época. Em 1961, o Presidente Kennedy havia declarado que, até o fim da década de 1960, o homem pousaria na Lua. Era uma das facetas mais interessantes da Guerra Fria, travada contra a URSS, que começara a Corrida anos-luz à frente dos USA, com os vôos do Sputnik, da cadela Laika e do cosmonauta Yuri Gagarin.
Os americanos iniciariam o Programa Apollo em 1961 mas as missões só passariam a ser tripuladas a partir da Apollo 7, lançada em 1968.
Não por acaso, quando a Apollo 10 orbitou a Lua e fez testes com o módulo lunar para pouso no satélite, a canção foi tocada no espaço.
Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.