RIP, Marie Fredriksson

 

 

O Roxette, dupla sueca surgida na segunda metade dos anos 1980, não era desses artistas que se dispunham a mudar o mundo. Bem, isso se a gente não der como possível a transformação das pessoas através de belas canções. Com Marie Fredriksson nos vocais e Per Gessle nas guitarras, produção e demais malandragens de estúdio, a dupla iniciou sua grande lista de hits com a boa “The Look”, ainda em 1988.

 

A partir daí, Roxette passou a frequentar a programação de rádios FM por aqui e, um pouco depois, emplacar clipes nas paradas de mais pedidos da MTV nacional, quando esta entrou no ar, em 1990. Lembro de ver o filminho de “Joyride” várias vezes entre os mais requisitados pela audiência da emissora clíptica. E, neste mesmo ano, a dupla ganhou a fama mundial, com a inclusão de uma baladaça clássica na trilha sonora de “Uma Linda Mulher”, a bela “It Must Have Been Love”. Ainda houve espaço para que “Spending My Time”, “Listen To Your Heart”, “Fading Like A Flower”, “Crash Boom Bang” e a minha preferida de todos os tempos, “Vulnerable”, fizessem bonito nas paradas de sucesso em algum ponto dos anos 1990.

 

Agora, logo cedo, recebo a notícia de que Marie faleceu aos 61 anos. Era jovem ainda, mas convivia com um tumor cerebral diagnosticado em 2002. Nos últimos anos ela perdeu a visão e teve a audição comprometida, ou seja, teve seu quinhão de dor e sofrimento. Ela deixa marido e dois filhos.

 

Repito, o Roxette era só um artista pop. Suas músicas, no entanto, ajudaram a embalar trilhas sonoras de casais pelo planeta afora. Eu mesmo desenvolvi minha paixão por “Vulnerable” a partir de uma paixão não correspondida nos tempos de Uerj. Ora, essas coisas acontecem e a vida é assim mesmo.

 

Que Marie vá engrossar a fileira da grande banda celestial e que tenha seu talento reconhecido. RIP.

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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