Nick Hornby: Livros para ler e ouvir

 

 

O autor inglês Nick Hornby adora música (se você já ouviu falar de seu livro “Alta Fidelidade” sabe o que quero dizer) e em “31 canções” ele dá o tom exato para a sua escrita.

 

Nick compilou 31 textos sobre canções importantes para ele  mas não de um ponto de vista profissional: elas estão lá porque o tocaram de alguma maneira, seja se relacionando a uma lembrança específica ou somente porque são legais.

 

Fã de listas, nessa, um pouco mais longa que os top ten do pessoal da Championship Vinyl ( a loja de discos de Rob Fleming, o protagonista de “Alta Fidelidade”) Nick, admirador da arte sem frescuras conta como foi conquistado pela animação de Nelly Furtado em “I´m like a Bird” , ainda que temporariamente. E emociona ao relatar a reação de Danny, seu filho autista ao ouvir “Puff, the Magic Dragon”  cantada por Gregory Isaacs.

 

“Considero quase que avassaladoramente emocionante observá-lo quando faz isso -meu garotinho que não fala, com a cabeça baixa na direção do alto-falante, fazendo o máximo para absorver cada nota ( e- quem sabe?-talvez cada palavra) de cada canção.”

 

Desde que Nick Hornby entrou na minha vida de leitora, na forma de um presente de Natal em 2000, o primeiro dos meus livros dele, daqueles que a gente não dá, vende ou empresta a nossa identificação foi imediata: eu havia finalmente encontrado um escritor que falava de música, algo que pra mim é família e paixão do jeito que eu queria conversar com um amigo, impressão que me surgiu descaradíssima no texto sobre “Samba pa ti”, canção de Carlos Santana.

 

Alguém muito antes de mim já sentia uns calores provocados pela guitarra do mexicano.

“… quando topei com ela pela primeira vez, ela falou comigo tão eloquentemente quanto qualquer coisa que contivesse letras: fiquei convencido de que descrevia o sexo. Mais especificamente,“ Samba pa ti” era o que eu ouviria quando perdesse a virgindade- se não no estéreo, pelo menos na minha cabeça”

 

“31 canções” é um tratado sobre o amor pela música e a sua importância nos nossos pequenos e grandes momentos. Embora tenha sido escrito há 15 anos hoje ele se adaptaria bem à mudança na forma como passamos a ouvir nossas bandas e cantores favoritos: é só abri-lo junto com o Spotify  ou nosso Deezer de todo dia, buscar essas canções tão maravilhosas e diferentes entre si e ser feliz.

 

Acreditem, eu fiz isso e deu muito certo.

 

Debora Consíglio

Beatlemaniaca, viciada em canetas Stabillo e post-it é professora pra viver e escreve pra não enlouquecer. Desde pequena movida a livros,filmes e música,devota fiel da palavras. Se antes tinha vergonha das próprias ideias hoje não se limita,se espalha, se expressa.

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