Weezer – Teal Album

Gênero: Rock Alternativo
Duração: 36 min.
Faixas: 14
Produção: Mark Rankin
Gravadora: Atlantic

3 out of 5 stars (3 / 5)

O Weezer é um caso raro de banda de rock que nos irrita. Sim, isso mesmo. Eu, que admiro a banda, me irrito com Rivers Cuomo e sua gente porque, sinceramente, há uns 120 anos que eles devem um disco irrepreensível e, a cada novo lançamento, nos fazem pensar que não estão minimamente preoucupados com nossas expectativas. Bem, não lhes tiro a razão. Expectativa de fã deve ser um saco. Sendo assim, ficamos com os discos normais do Weezer.

E agora, como se não bastasse, os caras soltaram um … disco de covers. E um disco qualquer nota, que eles chamaram “The Teal Album”. É uma alusão aos “discos coloridos” do Weezer, temos “Blue Album”, “Red Album”, “White Album”, “Green Album” e a promesse de um “Black Album”, previsto para lançamento nos próximos dias. A premissa desta seleção de versões surgiu quando uma fã desafiou a banda a fazer uma cover para “Africa”, dos
americanos do Toto. Cuomo e cia. toparam e ampliaram a ideia.

“Teal Album” é um disco típico dos tempos da Internet. Jamais existiria numa condição normal de temperatura e pressão do século 20. A custo baratíssimo a banda entrou em estúdio e mandou versões óbvias de canções oitentistas – em sua maioria – e algumas sacadas fora da curva da mesmice. Em meio a releituras que nada acrescentam de “Sweet Dreams” (Eurythmics), “Take On Me” (A-ha) e “Billie Jean” (Michael Jackson) surgem mini- surpresas constrangedoras com “Mr. Blue Sky” (ELO), “Happy Toghter” (Turtles) e, sobretudo, uma sacada razoavelmente genial: “No Scrubs”, do TLC da virada do milênio.

Claro, nenhuma versão arranha o original e este disco deverá ser esquecido em breve. Enquanto isso, ficamos aqui, entre o pasmo e o perplexo, nos perguntando o porquê disso tudo e – quando ninguém olha – balançando o pezinho.

Ouça primeiro: “No Scrubs”

 

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

One thought on “Weezer – Teal Album

  • 15 de fevereiro de 2019 em 09:53
    Permalink

    A Resenha diz tudo sobre esta produção do Weezer, da qual só achei graça na capa à Miami Vice. Mas a versão de Africa está rodando na ressuscitada Rádio Cidade 102,9, que não é mais Rock. Será que nesses dias vagabundos ainda rola jabá?

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