Tricky anuncia novo disco e lança single

 

 

O lendário produtor pode ter mais de três décadas de carreira musical, mas atualmente está em um momento especialmente prolífico. No ano passado, ele lançou o encantador EP 20,20 e uma autobiografia aclamada, “Hell Is Round The Corner”.

 

“Fall Please”, uma música que Tricky compara ao Washington DC Go-go, tem uma acessibilidade estranha e distorcida que surpreendeu até o homem que a escreveu. “Como a maioria das minhas coisas, não há mais nada por aí”, diz ele. “Mas, com ‘Fall Please’, consegui fazer algo que nunca consegui antes, que é o de que todos possam sentir isso – mesmo as pessoas que não conhecem minha música. É a minha versão da música pop, a mais próxima que eu tenho de fazer pop”.

 

Fall To Pieces foi gravada no estúdio de Tricky em Berlim no final de 2019. Tricky está interessado em ressaltar que as faixas do disco podem ser enganosas; frequentemente curtas, terminando abruptamente e passando para a próxima sem aviso prévio. Embora a instrumentação varie da explosões de sintetizadores tensos, tons de discagem distorcidos e samples, a letra da música pode ser escura e densa. A música de Tricky sempre recrutou vocalistas para levar suas idéias: a maioria das faixas de Fall To Pieces, incluindo “Fall Please”, conta com Marta Złakowska, a cantora que ele descobriu durante uma turnê européia quando ficou sem vocalista na noite de abertura. Ela salvou o passeio do desastre. “Eu posso dizer quando alguém é humilde e pé no chão”, diz Tricky. “Marta não se importa em ser famosa, ela só quer cantar.”

 

O ano passado em agitação criativa sem dúvida foi uma distração para Tricky, mas também foi um período de reflexão e reavaliação. Atordoado, ele teve que se fazer uma pergunta: eu luto ou afundo com o navio? “Você tem que se levantar e lutar”, ele conclui. “Agora eu estou no modo de luta. E eu me sinto muito bem.”

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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