The Police – 13 Músicas para amar

 

 

Poucas bandas foram tão eficientes como The Police. Discografia curta, só álbuns maravilhosos, vários hits nas paradas de sucesso do planeta e uma formação pra lá de enxuta: Sting, Andy Summers e Stewart Copeland. Baixo, guitarra e bateria. Seria banal se os três não fossem tão talentosos. Summers, por exemplo, é um guitarrista que supera as barreiras impostas pela formação de trio e vai acrescentando aos poucos camadas e timbres que dão à sonoridade do Police um tom muito distinto e elegante. Sting nunca foi só baixista, mas tem uma das vozes mais reconhecíveis do rock mundial em várias décadas. E Copeland, simplesmente, é um dos mais influentes e interessantes bateristas de todos os tempos. Juntos os três foram quase insuperáveis, mas também conviveram com vários problemas de relacionamento, especialmente entre Sting e Copeland, que disputavam o controle criativo e o posto de maior ego do grupo.

 

Foram apenas cinco discos em sete anos. Cada um é bem diferente do outro, ainda que estejam inegavelmente vinculados a seu tempo. O mix de ska, reggae (de branco, como a banda frisava), new wave e pop foi sucesso aqui no Brasil, tanto que o grupo nos visitou em 1981, divulgado seu quarto álbum, “Ghost In The Machine”. Em 1984, o grupo anunciou seu fim, mas retornou em 2007 para uma turnê de reunião, que também nos visitou e eu pude testemunhar o show no Maracanã, aberto pelos discípulos Paralamas do Sucesso.

 

Aqui está a nossa compilação de 13 faixas indispensáveis do Police, trilha sonora para qualquer momento da vida, que mostra o talento e a originalidade do trio.

 

 

 

13 – Bring On The Night (1979) – faixa do segundo disco, “Regatta De Blanc”, é um, digamos, “deep cut” da carreira policeana, mas serviu como título do disco duplo ao vivo do Sting, lançado em 1986, já em carreira solo. É uma das faixas mais new wave gravadas pelo Police.

 

 

 

12 – Spirits In A Material World (1981) – do quarto disco, “Ghost In The Machine”, no qual a banda começou a utilizar alguns timbres mais sintetizados. Aqui há o bom uso de teclados, a cargo de Summers. Sucesso planetário e uma letra sobre espiritualidade em tempos de consumo e superficialidade.

 

 

11 – Wrapped Around Your Finger (1983) – do quinto e último disco “Synchronicity”, de 1983, que é pródigo em gravações sensacionais. Aqui temos uma balada climática e cheia de bom uso de teclados e sintetizadores, além das ótimas intervenções da bateria de Copeland.

 

 

 

10 – King Of Pain (1983) – outra canção de “Synchronicity”, cheia de alternância de ritmos e climas, tendo sido regravada por Alanis Morrisette em seu disco “Unplugged MTV”. Talvez seja o hino dos sofredores exagerados, vá saber.

 

 

 

09 – So Lonely (1978) – clássico do primeiro disco da carreira, “Outlandos D’Amour”, no qual o Police ainda pratica uma sonoridade muito próxima do ska/reggae mais cru. A letra é perfeita, a melodia é irresistível e reconhecível em qualquer canto. Por aqui ela se tornou “Solange” pelas mãos de Leo Jaime.

 

 

 

08 – Message In A Bottle (1979) – um dos maiores clássicos da carreira do Police, lançada como grande single de “Regatta de Blanc”. Recebeu várias versões ao vivo, em estúdio, releituras e tudo mais, mas o original é imbatível e emblemático do Sting compositor e vocalista.

 

 

 

07 – Invisible Sun (1981) – uma das canções mais bacanas do Police, mais uma que tem arranjo que privilegia a genialidade de Andy Summers. A letra fala sobre os problemas políticos da Irlanda do Norte sob o ponto de vista dos prisioneiros do IRA que faziam greve de fome para chamar a atenção do mundo para a brutalidade dos ingleses.

 

 

 

06 – Don’t Stand So Close To Me (1980) – a transposição de “Lolita” para o formato pop song, com letra maravilhosa de Sting e arranjo perfeito que mescla new wave e ska, com toques de mistério. A versão de 1986, lançada numa coletânea da banda, é tão legal quanto o original, ainda que seja bem diferente.  Do terceiro disco, “Zenyatta Mondatta”, de 1980.

 

 

 

05 – Walking On The Moon (1979) – uma das linhas de baixo mais sensacionais de todo o rock, reconhecível em qualquer lugar. Esta foi a canção que me fisgou em algum ponto do início dos anos 1980 e me fez amar a banda. “Que nós estivéssemos para sempre…andando na Lua”.

 

 

 

04 – Synchronicity II (1983) – o maior rock que a banda já gravou, com letra surreal sobre a não-existência de coincidências sob a visão de Carl Jung e sua teoria da sincronicidade. Era pop ilustrado e intelectual misturado com eficiência de arranjo e vigor de interpretação.

 

 

 

03 – Can’t Stand Losing You (1978) – a lindeza absoluta do primeiro disco, o máximo do sofrimento que se sente por perder alguém encapsulado num arranjo de ska/new wave genial e refrão perfeito. Um clássico absoluto.

 

 

 

02 – Every Little Thing She Does Is Magic (1981) – Esta canção é emocionante, comovente e belíssima. Tudo nela é perfeito, mais uma vez, graças à ação de Andy Summers e seu uso de timbres e climas ao longo da melodia sensacional e da letra derramada de amor e sentimento.

 

 

01 – Tea In The Sahara (1983) – a campeã dessa lista é a mais misteriosa canção que a banda já registrou, não por coincidência, a última do segundo lado do velho vinil de “Synchronicity”. Tudo aqui é delicado, silencioso, terrivelmente belo, numa letra surreal sob o sol do deserto em meio a linhas de baixo, climas e timbres. Perfeição.