O batidão de Calvin Harris

 

 

Calma que o DJ escocês Calvin Harris não caiu no funk carioca. Pelo menos, ainda não. O termo “batidão” aqui é uma alusão a “big beat”, uma denominação surgida nos anos 1990 para marcar as criações de gente como Fatboy Slim, Propellerheads e os trabalhos iniciais dos Chemical Brothers, ou seja, como você já notou, é música eletrônica da boa, que importa, muito além da insossa EDM vigente em grandes espaços desinformados. Calvin Harris lançou um EP sob o nome de Love Regenerator, em homenagem às sonoridades eletrônicas dos anos 1990.

 

O EP chama-se “Love Regenerator 1” e traz duas canções: “Hypnagogic (I Can’t Wait)” e “CP1”, bem como suas versões “radio edit”. Perguntado sobre o movimento que fez ao lançar o EP, Harris disse estar fazendo algo como se estivesse em 1991, na aurora das raves no Reino Unido.

 

“Eu usei a aparelhagem daquela época, a intenção foi gravar algo como se estivesse numa cápsula do tempo”.

 

Calvin está para lançar um sexto disco de material inédito, mas parece que a fase “Love Regenerator” não vai passar tão cedo, com outros EPs vindo por aí ao longo do ano. É bom lembrar que o sujeito soltou um álbum muito legal em 2017, chamado “Funk Wav Bounces”, no qual revisitou o funk oitentista americano com maestria e ajuda de um monte de gente, de Frank Ocean a Pharrel Williams.

 

Detalhe: Calvin Harris é o DJ mais bem pago do mundo segundo a revista Forbes. Ele ocupa esta posição desde 2013. Aí fica fácil, né?

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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