Camera Obscura anuncia álbum e lança single

 

 

 

Os escoceses do Camera Obscura anunciaram “Look to the East, Look to the West”, seu primeiro álbum em mais de dez anos, com lançamento marcado para 3 de maio, via Merge Records. O grupo, liderado pela guitarrista e vocalista Tracyanne Campbell, se reuniu com Jari Haapalainen, que produziu o álbum “Let’s Get Out of This Country” de 2006 e “My Maudlin Career” de 2009, entrou em estúdio.

 

 

 

O primeiro single, “Big Love”, tem country rock e um pouco de psicodelia, com toques exóticos, como a pedal steel de Tim Davidson.

 

“It was a big love, she said / That’s why it took ten years to get her out of her head”, Tracyanne canta.

 

“‘Big Love’ é nosso tributo a Waylon Jennings, com uma homenagem a Sandy Denny e à banda de rock progressivo Scope”, diz Campbell. “É uma música sobre não olhar para trás, ter fé no presente e no futuro.”

“Look to the East, Look to the West” teve difícil gestação. Após o falecimento do tecladista fundador e amigo Carey Lander em 2015, a banda entrou em um longo hiato. Eles permaneceram em contato, mas sem qualquer garantia de retomada das atividades, até que anunciaram seu retorno, tendo sido convidados para se apresentar como parte do festival de cruzeiro Boaty Weekender 2019 dos conterrâneos e amigos Belle & Sebastian, além de dois shows esgotados em Glasgow.

 

Donna Maciocia (teclado e vocal) juntou-se aos membros fundadores Kenny McKeeve (guitarra e vocal), Gavin Dunbar (baixo) e Lee Thomson (bateria e percussão) e desde então se tornou parceira regular de composição de Campbell.

Gravado na mesma sala onde o Queen escreveu “Bohemian Rhapsody”, “Look to the East, Look to the West” soa grandioso, mostrando uma ampla reformulação do som do Camera Obscura que, paradoxalmente, fez a banda voltar ao básico – não há cordas ou metais nos arranjos, com mais ênfase em piano, sintetizadores, órgão Hammond e baterias eletrônicas, e, talvez o mais surpreendente, o grupo abandonou o véu de reverberação que caracterizou seus álbuns anteriores.

 

Os tons de country e soul que dão à abordagem barroca da música pop do Camera Obscura seu toque agridoce nunca foram tão aparentes – as guitarras brilham ao longe, as teclas assombram e a voz de Campbell procura o coração, refletindo sobre o amor, a perda e a passagem do tempo.

“Look to the East, Look to the West” traz o som de uma banda que cresceu mais confiante do que nunca em seu som e propósito.

 

O release diz: “É o Camera Obscura no seu melhor e mais evocativo, um álbum que tenta reorganizar o emocional do ouvinte, deixando-o triste e alegre ao mesmo tempo. O catálogo do Camera Obscura está repleto de músicas que as pessoas apontam como transformadoras, músicas que ficarão com elas por toda a vida. Look to the East, Look to the West tem 11 delas; faça sua escolha.”

 

Estamos no aguardo. Enquanto isso, dê uma conferida em “Big Love”, uma belezinha.

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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