Black Crowes ao vivo em 2013
As pessoas reclamam dos algoritmos mas eles podem ser adoráveis de vez em quando. Veja o meu Youtube me sugerindo esta apresentação absolutamente perfeita dos Black Crowes em 2013, no Queen Elizabeth Olympic Park. O show é bem curto – menos de uma hora – e traz os corvos em seus “anos finais”, uma vez que haveria interrupção de suas atividades em 2015.
Se uma banda de rock me faria sair de casa e enfrentar vários tipos de perrengue hoje em dia, plenos 50 anos de idade, esta seria The Black Crowes. A boa notícia é que eles estão ativos desde 2019, tinham planos de turnê para o ano passado, mas a pandemia os impediu. São uma banda com pinta de Palco Sunset no Rock In Rio ou, melhor ainda, de Palco Mundo, mas aí talvez seja querer demais.
O set que eles executam aqui é direto e reto, com destaque para lindezas absolutas como “She Talks To Angels” e “Hard To Handle”, esta última com direito à inserção da maravilhosa “Hush”, clássico psicodélico do Deep Purple mkI.
Esbaldem-se.
Em tempo: Black Crowes foi a melhor banda americana dos anos 1990 mas vocês não estão preparados para esta conversa. Só não foi devidamente badalada porque sempre foi um bando de hippies retrôs com desejo de ser o Faces, o que, óbvio, só lhes dá legitimidade.
Setlist:
– Twice as hard
– Sting me
– Jealous again
– Wiser time – Jam
– She talks to angels
– Thorn in my pride – Jam
– Hard to handle –
– Hush
Chris Robinson – voz
Rich Robinson – guitarra e voz
Steve Gorman – bateria
Sven Pipien – baixo
Adam MacDougall – teclados
Jackie Greene – guitarra e vocais de apoio
Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.
