Toro y Moi – Outer Peace

Gênero: Eletrônico, Pop
Duração: 30 min.
Faixas: 10
Produção: Chaz Bundick
Gravadora: Carpark Records

4 out of 5 stars (4 / 5)

Chaz “Bear” Bundick é o cérebro por trás do nome. O sujeito é produtor, multi-músico, bate o escanteio e está na área para cabecear para as redes. Sua praia é a revisitação do pop dançante entre meados dos anos 1970 e, especialmente, da década de 1980. Pense em nomes como Michael Jackson e Daryl Hall & John Oates como parâmetros da essência de pop que Bundick se amarra e do qual ele captura espírito e clima. “Outer Peace” é o mais novo capítulo desta busca de refazer os caminhos dançantes daqueles tempos.

Um aviso para o ouvinte: se você desconfia dessa coisa de música eletrônica, projetos gravados em estúdios portáteis, música de laptop ou algo assim, vá direto para a segunda faixa, a assombrosa “Ordinary Pleasure”. Nela você encontrará a resposta para quase tudo: linha de baixo gorda e doce, batidas no ponto, melodia e refrão infecciosos, ela soa quase como uma nova “Get Lucky”, sucesso mundial do Daft Punk, só que repensada para espaços menores. Quase emendada surge “Laws Of The Universe”, que dá andamento à batida e ao clima da festa. Só por essas duas pequenas pepitas, “Outer Peace” já se justifica.

Há mais, claro. “Miss Me” é balada em tom menor, com participação de ABRA, enquanto “New House” usa vocais modificados para melhorar o tráfego em meio ao piano e às batidas. Já “Baby Drive It Down” é pop song dourada e com pinta de hit parade 1984, sem parecer. “Freelance” recupera uma batida funk robótica da virada dos anos 1970/80, quase parecendo “Forgive Me Nots”, de Patrice Rushen.

Na maior parte do tempo, “Outer Peace” é divertido, festeiro e dá a impressão de ter sido feito num smartphone. É legal e estranho, bem mais legal.

Ouça primeiro: “Ordinary Pleasure”

Carlos Eduardo Lima

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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