Pearl Jam Noel: show inédito e singles raros
Lembram que a gente falou há pouco tempo sobre o Pearl Jam por aqui? Que os caras haviam lançado uma faixa raríssima nos serviços de streaming, “Angel”, até então esquecida num lado-B de single promocional, direto dos anos 1990? Pois bem, assim como desconfiamos, tinha coelho nesta cartola.
Pouco depois, a banda disponibilizou uma versão de estúdio para “Love Reign O’er Me”, clássico do The Who, famosa nos shows, mas sem um registro definitivo e “oficial”, dentro do acervo digital da banda, fato que só aumentou a impressão de que Vedder e seus amigos preparavam algo para os fãs neste natal.
Eis que, há menos de uma semana, o Pearl Jam postou uma playlist no Spotify chamada “12 Days of Pearl Jam”, na qual enfileirou faixas raras, no mesmo calibre de “Angel” e “Love Reign…”, todas singles de natal que chegam ao fã clube oficial dela – o Ten Fan Club – como presentes no fim do ano. Tem de tudo, versão para Ramones (“I Believe In Miracles”), canção autoral de Vedder (“Santa Cruz”, “Santa God”), cover de The Sonics (“I Don’t Believe In Christmas”), uma interpretação sensacional para “Someday At Christmas”, de Stevie Wonder, ou seja, uma belezura para fãs. Por doze dias, a banda postará um novo single obscuro.
Além disso, a bada anunciou o lançamento em vinil triplo de um show inédito de 1993, gravado em Seattle, no dia 08 de dezembro. Pra quem lembra de época, era o Pearl Jam moleque, o Pearl Jam de várzea, o Pearl Jam arte, com apenas dois discos lançados – “Ten” e “Vs” – e um punhado de singles. O repertório mostra o melhor dos álbuns, duas vigorosas covers – uma para “I’ve Got A Feeling”, dos Beatles e outra para “Rockin’ In The Free World, de Neil Young – e uma execução inflamável de “State Of Love And Trust”. Quem lembra do grupo neste período da carreira, invejava os americanos por vê-los ao vivo, algo que só pudemos constatar doze anos depois. Mesmo assim, o registro – disponível também nos serviços de streaming – mostra o quanto o Pearl Jam é uma banda que adora o palco desde sempre. Só a versão de “Daughter”, além dos seis minutos de duração, já vale a empreitada.
O Pearl Jam é uma banda que dá valor aos fãs, que seguem dedicados e identificados com o grupo. Feliz Natal!
Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.
