Para Todos Os Que Amam o Futebol
Esta última sexta-feira (08/02/2019) amanheceu triste para todos nós. O incêndio no CT George Helal, do Flamengo, levou dez dos nossos meninos. Pouco mais de dois anos depois do acidente da Chapecoense, mais uma tragédia no nosso futebol. E aquela dor volta.
Apresentadores e comentaristas indo às lágrimas, jogadores se solidarizando, torcedores com o aperto no coração. A nossa ligação com o futebol faz com que também seja nossa perda. E dói mais saber que eram garotos, crianças, todos com um sonho.
O choro de Djalminha, comentarista da ESPN-Brasil, com certeza foi o choro de um garoto do mesmo clube, que se tornou, ele mesmo, a personificação do sonho realizado. Ele dizia, em meio às lágrimas:
– É como se fossem meus companheiros de base que tivessem morrido.
Não foi fácil assistir. E acho que nunca será.
Como bem definiram em um grupo de Whatsapp do qual faço parte, nós criamos sentimentos tão profundos e sinceros pelo futebol, que quando essas tragédias acontecem, parece que são nossos parentes indo embora. Um sentimento que, sem dúvida, só piora quando é com o seu clube. Primeiro foram os chapecoenses, agora os flamenguistas.
Dói porque todos nós nos sentimos parte também. Tudo que pertence ao nosso clube de coração, se torna automaticamente nosso. Passam a ser os nossos jogadores, o nosso técnico, os nossos garotos da nossa base. E é porque o futebol é nosso que, nessas horas difíceis, qualquer eventual barreira clubística desmorona e eles passam a ser os nossos meninos. É simples assim.
Hoje, quarta-feira, dia de estreia deste site, também é o dia em que o futebol brasileiro tenta voltar ao normal. Mas é por Arthur Vinicius, por Athila, por Bernardo, por Christian, por Gedinho, por Jorge Eduardo, por Pablo Henrique, por Bolívia, por Samuel Thomas e por Vitor Isaías, que ele se levanta.
Por respeito aos seus sonhos, o futebol do Brasil seguirá em frente, alimentando os sonhos de tantos outros meninos e meninas que só andam com a bola no pé.
Para todos que amam o futebol, seguimos juntos.
O Estrella no peito estreia de luto e se solidarizando com todas as famílias dos meninos.
Bem vindos.
Gabriel Estrella é historiador e torcedor rubro-negro. Mais do que isso, é um apaixonado pelo esporte bretão. Escreve, pensa e vive futebol, real ou virtual.
Reflexão extremamente lúcida e necessária. Aguardo ansiosamente as próximas postagens!
Ótimo texto sobre a tragédia no CT do Flamengo. Ele descreve o sentimento de todos nós. Ver meninos cheios de sonho morrerem dessa maneira dá uma sensação de perda de um ente querido em todos nós. Chorei quando ouvi a notícia. Chorei por eles e principalmente pelos familiares. Quando uma mãe sofre todas sofrem. Muito pertinente.