Nossa playlist nacional de 2022

 

 

Aqui está o nosso inventário de música brasileira feita em 2022. É uma lista de 50 canções, mas que poderia ser de 100, 200, tamanha a excelência da produção artística no país atualmente. Temos desde veteranos de décadas distintas, passando por novos talentos – uns já consolidados, outros ainda não – e chegando em verdadeiras surpresas. A canção de 2022 chegou no fim do ano, inesperada, ainda que manifestasse um desejo finalmente realizado. Confira, ouça, critique, recomende.

 

 

– DULCE QUENTAL – AMOR PROFANO

– LO BORGES – CHAMA VIVA DA CANÇÃO

– VITOR RAMIL – R.C

– ARTUR ARAÚJO – MORADA DOS VENTOS

– CRIOLO – DIÁRIO DO KAOS

– FERNANDA PORTO – LIVRAMENTO

– RATOS DE PORÃO – NEONAZI GRATILUZ

– PAULO MIKLOS – POR QUE CENSURAR O AMOR?

– MOONS – LOW KEY

– TIM BERNARDES – ÚLTIMA VEZ

– SAUDADE – BEM-VINDO AMANHECER

– CHICO BUARQUE – QUE TAL UM SAMBA?

– DJAVAN – NUM MUNDO DE PAZ

– GLUE TRIP – TEMPO PRESENTE

– BALA DESEJO – BAILE DE MÁSCARAS

– MAGLORE – A VIDA É UMA AVENTURA

– DISSTANTES – SAÍDA DE EMERGÊNCIA

– PLANET HEMP – AINDA

– WRY – CONTRAMÃO

– THE OUTS – OUTRA VEZ

– QINHONES – O RIO CONTINUA LINDO

– VANGUART – O QUE DEUS QUISER

– TULIPA – HABILIDADES EXTRAORDINÁRIAS

– AMAGATOS – METROPOLIA

– CHICO CÉSAR – BOLSOMINIONS

– SALMA E MAC – SOBREMESA

-RUSSO PASSAPUSSO, ANTONIO CARLOS E JOCAFI – APERTA O PÉ

-GIOVANNA MORAES – NO É NO

– BRUNO BERLE – ATÉ MEU VIOLÃO

– WALFREDO EM BUSCA DA SIMBIOSE E PLUMA – CONVENÇÕES HUMANAS

– LUNA FRANÇA – COMO

– ALAÍDE COSTA – NENHUMA ILUSÃO

– GABRIEL VENTURA – O TESTE

– LEILA MARIA – ASA

– FUNNY ALEXANDER – UM PASSO A MAIS

– DINGO – A VIDA É UMA GRANADA

– LEONARDO MARQUES – COMPASSO DO DESASSOSSEGO

– LETIERES LEITE E ORKESTRA RUMPILEZZ – NANÃ

– LUNETA MÁGICA – ALÉM DAS FRONTEIRAS

– BLACK PANTERA – FOGO NOS RACISTAS

 

 

Os dez destaques

 

10 – TERNO REI – AVIÕES – o grupo paulista é especializado em mesclar molduras sonoras dos anos 1980 e 1990 e letras existenciais de agora. Aqui o cenário é de reconstruções pós-pandemia e de inventário de perdas e danos. Belo.

 

9 – ANDRÉ L.R MENDES – BEATRIZ – canção de “Rimado”, o novíssimo álbum do incansável compositor e cantor baiano. Um sambinha em perspectiva, triste, agridoce, que coloca as coisas em seus devidos lugares.

 

8 – ZÉ MIGUEL WISNIK – O JEQUITIBÁ – faixa do álbum “Vão”, com participação de Ná Ozzetti, que vê o tempo passar com os olhos de uma árvore, testemunha da história, aparentemente imóvel ante tudo em movimento. Lindeza.

 

7 – DINGO – PARABÓLICAS – a banda gaúcha deixou o “Bells” fora do nome, mas manteve sua proposta de oferecer “pop rock” nacional, com influências de Lulu Santos e Guilherme Arantes. Do álbum “A Vida É Uma Granada”.

 

6 – LEILA MARIA – MEU BEM QUERER – o trabalho de recriação feito por Leila em seu álbum “Ubuntu” é tão admirável, que ela praticamente refez canções de Djavan, entre elas, esta que é um dos maiores sucessos do alagoano. Uma maravilha de delicadeza e invenção.

 

5 – MOONS – LET’S DO IT ALL AGAIN – o grupo mineiro lançou um disco admirável em 2022, “Best Kept Secret”, no qual enfileirou faixas em inglês como se refizesse uma série de sucessos dos anos 1980 com ótica indie. Só que todas as canções são inéditas, como esta aqui, um verdadeiro flash-back de nascença, grudenta e perfeita.

 

4 – TIM BERNARDES – ÚLTIMA VEZ – o segundo disco de Tim Bernardes, “Mil Coisas Impossíveis” é um dos mais belos trabalhos da música brasileira em 2022. Cheio de canções memoráveis, que mostram um impressionante amadurecimento de Tim como compositor. Esta aqui, sobre um reencontro de um casal que já não está mais junto, é dilacerante.

 

3 – MAGLORE – ELES – a banda baiana é uma aposta pra lá de confiável na hora de escolher singles e álbuns. O último “V”, é um compêndio de canções próximas da perfeição, engajadas e cheias de influências que vão da Tropicália à Jovem Guarda. Aqui, Teago Oliveira e seus amigos erguem um clássico no qual mostram muito bem quem são “eles” e o que vieram fazer por aqui.

 

2 – VITOR RAMIL – FAMÍLIA VENDE TUDO – o bardo de Pelotas, Rio Grande do Sul, lançou “Avenida Angélica”, um álbum ímpar em 2022, em parceria com a poeta Angélica Freitas, no qual entrega dezoito faixas que são crônicas de um cotidiano atemporal brasileiro, cheias de passagens visuais e emocionais que todos nós conhecemos. Esta canção é um raio-X de gerações e gerações de brasileiros.

 

1 – JULIANO MADERADA – TÁ NA HORA DO JAIR – a canção do ano, a manifestação pop bem acabada de um desejo realizado ao fim do mês de outubro. Entrou para a história.

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *