Garbage lança a sensacional “Wolves”

 

 

Lembram quando o Garbage surgiu nos anos 1990? Foi um acontecimento, afinal de contas, era a banda de Butch Vig, que havia produzido os dois discos mais importantes do Nirvana – “Nevermind” (1991) e “In Utero” (1993) – além de outros álbuns interessantes da época, como “Dirty”, do Sonic Youth e “Siamese Dream”, do Smashing Pumpkins. Vig assumia a bateria na nova empreitada, que também contava com Duke Erikson, Steve Marker e com a impressionante Shirley Manson, que assumiu os vocais e deu sua imagem ruiva e sensacional para o grupo. Desde então, o Garbage lançou poucos e bons discos, sendo que o melhor de sua produção está concentrado em sua estreia homônima, de 1995 e em “Version 2.0”, de 1998.

 

Para 2021 a banda já anunciou a chegada de num novo trabalho, “No Gods, No Masters”, que terá influências de várias fontes, predominantemente de formações dos anos 1980, como Duran Duran e a versão do Roxy Music para aqueles tempos. Os singles lançados até agora mostram que o Garbage está para soltar o seu álbum mais diverso, sendo que a faixa-título comprova exatamente este clima oitentista. Mas como nada é o que parece ser, o novíssimo single, “Wolves”, é, provavelmente, a melhor canção que o grupo lança em décadas. Ao contrário do que foi dito, “Wolves” é pura fluência rock noventista, dançante, industrial, meio punk, meio eletrônica, uma preciosidade que já vira clássico imediatamente em qualquer ouvido que preste atenção em seus detalhes.

 

A voz de Shirley surge turbinada por efeitos especiais, grita, sussurra, exatamente como a gente espera ouvir. A banda, por sua vez, enfileira uma levada matadora de baixo, bateria, guitarras e efeitos, numa corrida contra o tempo, rápida, mortalmente legal. Se houver mais duas ou três canções como “Wolves”, este novo trabalho do Garbage se credencia para listas de melhores de 2021. E, claro a canção já está na nossa lista informal de boas músicas para o fim do ano.

 

Sobre a faixa, Shirley disse:

 

“No passado, magoei tantas pessoas em minha vida, tanto consciente quanto inconscientemente. Mas quando você é jovem e está em modo de auto-sobrevivência, assim como um filhote de serpente você não tem ideia de quão forte é o seu veneno. Mas você tem o poder de matar. Enquanto isso, você está apenas se divertindo. Essa música é uma ode à ideia de: quem você vai ser como pessoa? Você vai ser uma força do mal ou vai tentar fazer o bem no mundo? Uma música sobre a luta que existe dentro de nós como humanos.”

 

Já tem track list do disco, confira abaixo. A data de lançamento é 11 de junho e certamente você lerá resenha aqui na Célula. A banda tem várias datas marcadas para o segundo semestre desse ano, começando com Toronto, no dia 10 de julho.

 

1.”The Men Who Rule the World”
2.”The Creeps”
3.”Uncomfortably Me”
4.”Wolves”
5.”Waiting for God”
6.”Godhead”
7.”Anonymous XXX”
8.”A Woman Destroyed”
9.”Flipping the Bird”
10.”No Gods No Masters”
11.”This City Will Kill You”

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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