Treze Livros Bacanas de 2024

 

 

Esta é a primeira vez que fazemos uma lista de melhores livros de um ano. Tivemos algum tempo para prestar atenção nos lançamentos, mas, sobretudo, demos de cara com ótimos trabalhos. Como nossa área de atuação é a cultura pop, com pitadas de política e cultura em geral, selecionamos os eleitos dentro deste escopo. O que nos deixa realmente felizes é constatar o aumento contínuo de livros sobre música. Biografias, recortes, crônicas, enfim, um número grande de trabalhos misturando memória, literatura e música popular.

 

Estes livros relacionados aqui não estão em uma ordem de preferência. Não há um ranking, o que quisemos fazer é apontar uma seleção de ótimos trabalhos e indicá-los pra você conhecer. Acreditamos que, em tempos como os atuais, ler um livro é um ato político, logo, faça isso.

 

 

 

 

Jarvis Cocker – “Good Pop, Bad Pop” (Terreno Estranho) – o cérebro do Pulp e uma das mentes mais privilegiadas da música pop mundial faz um inventário de bugigangas achadas no sótão de sua antiga casa, em Londres. Tem de pacote de chicletes a partituras do Pulp. Sensacional e, claro, esquisito.

 

 

 

 

 

 

 

Caetano Veloso – “Cine Subaé – Escritos Sobre Cinema (1960-2023)” (Cia. das Letras) – quem acompanha a carreira de Caetano Veloso sabe bem a relação fortíssima que ele tem com o Cinema. Este livro compila vários textos e crônicas do baiano sobre o assunto, sempre com memórias e impressões bacanas.

 

 

 

 

 

 

Hugo Sukman – “Som Livre – Uma Biografia do Ouvido Brasileiro” (Globo Livros) – quem cresceu no Brasil dos anos 1970/80 sabe a importância que a gravadora Som Livre teve para a formação do gosto musical do país. Ótimas histórias e uma escrita envolvente tornam este livro ótimo.

 

 

 

 

 

 

Bernie Sanders – “Tudo Bem Ficar Com Raiva do Capitalismo” (Cia. das Letras) – se os Estados Unidos têm gente como trump, eles também têm gente como o Senador Bernie Sanders. Este livro critica a atual versão do capitalismo e propõe algumas mudanças absolutamente necessárias para o mundo. Tudo em linguagem simples e acessível.

 

 

 

 

 

 

Ruy Castro – “O Ouvidor do Brasil: 99 Vezes Tom Jobim” (Cia. das Letras) – Tom Jobim merece mil livros, ensaios e textos. Aqui o “biógrafo da Bossa Nova”, Ruy Castro, compila várias crônicas escritas por ele ao longo dos anos, tendo Tom como sujeito principal. Maravilhoso.

 

 

 

 

 

 

 

Miguel Nicolelis – “Nada Mais Será Como Antes” (Planeta Minotauro) – esta é a estreia de Nicolelis na literatura de ficção. Ou nem tanto. A história mostra um mundo totalmente dominado por big techs, à beira de um evento que mudará a história. Alguma semelhança com a realidade de 2025? Maravilhoso.

 

 

 

 

 

 

 

Jessé Souza – “O Pobre de Direita – A Vingança dos Bastardos” (Civilização Brasileira) – o sociólogo, autor de “A Elite do Atraso”, volta com um livro cirúrgico sobre as origens do fenômeno de adesão das classes mais empobrecidas ao discurso da extrema direita. Com linguagem acessível, Jessé disseca a psiquê da sociedade brasileira e aponta várias causas e efeitos. Necessário.

 

 

 

 

 

 

 

Pedro de Luna – “Mundo Livre S/A 4.0” (Ilustre) – Pedro de Luna é um guerreiro da memória musical brasileira. Seu novo livro traz um compêndio de informações, textos, matérias jornalísticas e depoimentos da seminal banda recifense ao longo de mais de quarenta anos de existência. Obrigatório.

 

 

 

 

 

 

 

Marcos Lacerda – “Vitor Ramil – O Astronauta Lírico” (Acorde) – Lacerda é sociólogo e ensaísta e emprestou talento na escrita para contar vários pontos da trajetória de um dos grandes mestres da música brasileira: Vitor Ramil. Dois cavalheiros juntos nesta empreitada cheia de informações e elegância.

 

 

 

 

 

 

 

Márcia Fráguas – “It’s A Long Way – O Exílio em Caetano Veloso” (Garota FM Books) – baseado em sua dissertação de mestrado, este livro dá a Márcia Fráguas a chance de esmiuçar um período importantíssimo na carreira de Caetano Veloso, mapeando também a conjuntura política e social do país naquela época. Mais um golaço da Garota FM Books.

 

 

 

 

 

 

João Barone – “1, 2, 3, 4 – Contando o Tempo com Os Paralamas do Sucesso” (Máquina de Livros) – o paralama finalmente se debruça sobre a história de sua banda e aborda vários momentos com sua visão peculiar. Com uma enorme riqueza de detalhes e escrita fluida, Barone é tão bom autor quanto instrumentista e olha que esse é um baita elogio. Sensacional.

 

 

 

 

 

 

Camilo Rocha – “Bate-Estaca: Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo” (Veneta) – o jornalista paulistano disseca a cena musical e noturna de São Paulo ao longo de décadas e vai fazendo várias conexões entre lugares, momentos e pessoas. Com ótimo viés histórico e narrativa fácil, Camilo marca um golaço.

 

 

 

 

 

Chris Fuscaldo – “Refazenda: O interior floresce na abertura da fase “Re” de Gilberto Gil” (Sesc) – Chris Fuscaldo é uma das maiores pesquisadoras musicais do país. Com trabalhos sobre Belchior, Legião Urbana, Mutantes e Clube da Esquina, ela agora aborda uma fase particularmente rica e exuberante da música de Gilberto Gil. Leitura fluida, curtinha e maravilhosa.

 

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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