Uma dissecada no Lolla Brasil 2023
Acabou de sair a escalação do Lollapalooza Brasil do ano que vem. O evento acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de março, no já tradicional Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Os headliners do evento serão Drake, Blink-182, Rosalía, Billie Eilish, Tame Impala e Lil Nas X. Os preços são salgadíssimos: 1500 reais no Lolla Pass e 2450 no Lolla Comfort Pass. Ou seja, em um fim de semana, quem deseja ir ao festival deve se decidir a gastar um salário mínimo ou quase seu dobro, o que, convenhamos, é um absurdo.
Tudo bem, alguém vai argumentar que são 70 atrações e mais de 80 horas de música em três palcos simultâneos, mas, sei lá, num mundo digital e numa situação como a que vivemos no país atualmente, tais valores estão entre o escalafobético e o despautério, mesmo que sejam parcelados ou que tenham desconto para os clientes do Banco Bradesco, um dos patrocinadores. Isso porque não estamos levando em conta o investimento para ir até o Autódromo, que fica, mais ou menos, na fronteira com a Bolívia e a grana para consumir iguarias naturebas, conscientes e zero carbono dentro dos domínios territoriais do Lolla.
E as atrações?
Como na maioria das vezes – e isso é um mérito do Lolla – o publico terá acesso a artistas que não se apresentam para grandes plateias e que militam em vários setores alternativos da música pop e esta lógica se aplica tanto para artistas nacionais quanto gringos.
Por essas e outras – especialmente porque o nosso dinheiro está cada vez mais suado – resolvemos escolher algumas atrações que são realmente interessantes e que podem valer um investimento tão alto num tempo tão bicudo. Vejam:
Billie Eilish – a cantora americana estreia no Brasil e tem a manha para fazer uma apresentação sensacional.
Tame Impala – os australianos são consistentes ao vivo e têm quatro excelentes álbuns lançados, com bagagem de sobra para arrebentar no palco.
Rosalía – a cantora e produtora espanhola gravou um dos melhores álbuns de 2022, “Motomami” e já esteve em São Paulo há cerca de um mês. Certeza da beleza.
Tove Lo – a cantora sueca terá lançado seu novo álbum “Dirt Femme” até lá e vai surpreender o público com seu pop hedonista.
LUDMILLA – a cantora da Ilha do Governador é uma estrela nacional e sabe como conquistar uma plateia.
Cigarettes After Sex – o grupo texano de dram pop e shoegaze tem muitos admiradores e ótimos discos gravados.
Polo & Pan – duo francês de pop eletrônico que gosta de misturar sons meio tropicais em sua música, o que pode significar bossa, latinidades e outros bichos.
Sofi Tukker – duo novaiorquino de música eletrônica espertinha e alternativa, que vai agradar a muitos dos presentes.
Modest Mouse – um dos integrantes mais laureados da chamada “divisão de acesso” do rock alternativo americano dos anos 1990. Pode fazer a delícia de doidões de plantão.
Os Paralamas do Sucesso – o trio carioca é garantia de show divertido e animado. Não tem erro.
Black Alien – o rapper niteroiense ex-Planet Hemp é certeza de show forte, com muitos hits e muita falação a serviço da malandragem e da sobrevivência na grande cidade.
Suki Waterhouse – a cantora – e modelo – inglesa pode roubar o festival com seu pop moderno e diversificado.
Tuyo – o grupo paranaense leva adiante uma versão pessoal de ritmos negros americanos e africanos, numa das mais improváveis e bacanas combinações musicais disponíveis na música nacional.
Black Pantera – vitoriosa banda de Uberaba, Minas Gerais, responsável por um dos shows mais explosivos do último Rock In Rio.
Ana Frango Elétrico – a cantora e multi-instrumentista carioca faz música sensacional, visual, inteligente e diferente.
Serviço:
Lollapalooza Brasil
Dias 24, 25 e 26 de março de 2023
Local: Autódromo de Interlagos, Av. Sen. Teotônio Vilela, 261 – Interlagos, São Paulo
Informações: https://www.lollapaloozabr.com/
Siga nas redes: @lollapaloozabr
Valores:
Lolla Pass: a partir de R$ 1.500 (lote 4)
Lolla Comfort Pass: a partir de R$ 2.450 (lote 3)

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.