Rock In Rio 2019 – Pará Pop

Cobertura Especial, direto da Cidade do Rock

 

É preciso que alguém diga o quanto este show foi legal. Reunidos no Palco Sunset, artistas de várias gerações da música paraense se revezaram numa festa colorida e embalada. De carimbó a música eletrônica, de tecnobrega a Boi Bumbá, tudo que tem a Amazônia e o estado como referência passou pelo palco e foi efusivamente aplaudido.

 

Dona Onete, septuagenária, foi a primeira convidada da Banda do Mestre Vieira e colocou o povo no clima. Sentada numa espécie de trono, Onete comandou a festa com simplicidade e autenticidade, com destaque para o clássico instantâneo “Festa do Tubarão”. Em seguida ela chamou Lucas Estrela, que mostrou uma variação mais eletrônica do ritmo dançante, cabendo carimbó e lambada no coquetel sonoro.

 

Gaby Amarantos, talvez a mais conhecida desta geração mais recente da música paraense, manteve o clima elevando, com o público cantando a plenos pulmões o sucesso “Ex-My Love” e a versão de “Psycho Killer” – dos Talking Heads – rebatizada “Rapariga”. Ela deu espaço a Jaloo, que apresentou sua mistura de beats e programações modernas com as raízes rítmicas, com destaque para “Céu Azul”. Por fim, Fafá de Belém, a mais conhecida artista daqueles lados, tomou conta do Palco Sunset, vestida de índia e proferindo discursos sobre a importância da Floresta Amazônica. Levantou a todos com “Vermelho” e o clássico carimbó “Sinhá Pureza”.

 

Ao final, todos no palco, a festa continuou com grande adesão do público.

 

Pará Pop foi uma festa e, tenho certeza, de onde estiver, o velho Miranda sorri diante do reconhecimento de sua aventurança pelos ritmos de lá. Boa.

 

Set list:

Boto Namorador
No Meio do Pitiú
Jamburana
Festa do Tubarão
Farol
Sereia
Xirley
Ex-My Love
Rapariga
Chuva
Céu Azul
A Cidade
Amazônia
Vermelho
Sinhá Pureza
Chama Verequete
Ilha do Marajó
Banzeiro

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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