O que recomendamos do Mita?

 

 

 

Já temos as atrações da próxima edição do Festival Music Is The Answer, mais conhecido como Mita. As datas também estão definidas, com shows no Rio de Janeiro (Jockey Clube, dias 27 e 28 de maio) e São Paulo (Novo Anhangabaú, dias 3 e 4 de junho). É um festival pequeno, se comparado com Lollapalooza ou Rock In Rio (e com o vindouro The Town, o Rock In Rio paulistano), mas que tem personalidade nas escolhas e uma proposta bem nítida de reflexão sobre questões sociais.

 

 

Seguindo o compromisso firmado desde seu lançamento, o festival terá uma área para a reflexão e discussão sobre a importância da atuação de toda a sociedade em ações de responsabilidade social e ambiental. O Mita oferece ao público a possibilidade da compra do Ingresso Social, com preço especial, que tem parte do valor arrecadado destinado às instituições parceiras do evento.

 

 

Em 2023, estarão presentes, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo, as instituições Instituto Vida Livre e The Friendship Circle para apresentarem suas propostas de ação, projetos desenvolvidos e resultados concretos alcançados. Mais importante do que dizer o que fazer é efetivamente gerar mudança e transformação na vida das pessoas, a capacidade de multiplicação dessas atitudes e o impacto causado na sociedade, nas comunidades e no planeta.

 

 

Os lineups variam sutilmente de uma cidade para outra. No Rio, o festival acontece novamente no Jockey Clube, numa área total de 110 mil m2. Um dos cartões postais da cidade, o espaço tem uma vista privilegiada para o Cristo Redentor, e está bem ao lado da Lagoa Rodrigo de Freitas. De fácil acesso para chegada com a utilização de transportes coletivos,inclusive de metrô, o espaço está também ao lado da ciclovia.

 

 

Em São Paulo, o MITA acontece no coração da capital paulista, no Vale do Anhangabaú. A região está totalmente renovada. O Novo Anhangabaú se consolida como polo de entretenimento e cultura da cidade de São Paulo – neste primeiro ano foram realizadas no espaço mais de 3 mil horas de atividades gratuitas para o público de todas as idades. O local foi palco de diversos shows e apresentações culturais.

 

 

Sendo assim, aqui vão nossas recomendações. A maioria dos shows acontecerá em ambas as cidades, mas há duas atrações exclusivas do Rio de Janeiro que, segundo nossa análise, são imperdíveis.

 

 

Lana del Rey (Rio 27/05 e SP 03/06) – dona de um público fiel e muito grande, Lana del Rey não vai desapontar essa galera, trazendo sucessos dos onze anos de sua carreira, com ênfase nas faixas de seus últimos álbuns: “Blue Banisters”, “Chemtrails Over The Country Club” e o ótimo “Norman Fucking Rockwell”, talvez seu melhor disco.

 

Jorge Ben Jor (Rio 27/05) – mesmo sem lançar um disco de inéditas há quase 20 anos, Jorge é um dos maiores entertainers do país. Seus shows são maratonas de sucessos populares de alto alcance, verdadeiras celebrações. Não tem erro aqui.

 

BadBadNotGood convida Arthur Verocai (Rio 27/05 e SP 03/06 – sem Arthur Verocai) – os canadenses estão numa elite de artistas bem informados de hip hop, funk e jazz, cheios de ótimas sacadas e bons álbuns. No mais recente, “Talk Memory”, de 2021, contaram com a participação do maestro Arthur Verocai em três das sete faixas, trazendo de volta um obscuro – e genial – nome da música brasileira dos anos 1970. Garantia de ótimos shows, mas Verocai só estará presente na apresentação carioca.

 

Planet Hemp convida Tropkillaz (Rio 27/05) – Marcelo D2 participou da edição anterior do Mita e fez um showzaço, fato que deve ter pesado na escolha da presença do Planet Hemp, na esteira do álbum de retorno “JARDINEIROS”, lançado ano passado. Com a presença de Tropkillaz, formado por Zé Gonzales e André Laudz. DJ Zé Gonzales é antigo colaborador do Planet, a apresentação deve soar na base do “tá tudo em casa”. Outro show previsto apenas para o Rio de Janeiro.

 

Florence + The Machine (Rio28/05 e SP 04/06) – bom em disco e ótimo de palco, o grupo inglês é outra garantia de bom espetáculo. Florence Welch é ótima entertainer e vai fazer de tudo para conquistar o público, levando as canções do bom último álbum, “Dance Fever”, do ano passado. Aliás se você quiser uma amostra de como devem ser os shows brasileiros, há uma apresentação do grupo no Madison Square Garden, também do ano passado, na turnê de divulgação do disco, chamada “Dance Fever Live At MSG”. Está tudo lá.

 

Haim (Rio 28/06 e SP 04/06) – as irmãs Haim lotam shows lá fora há bastante tempo, mas só agora vão debutar em palcos brasileiros. A mistura de r&b noventista com soft rock setentista que elas praticam tem público fiel para colocá-las como, provavelmente, a segunda atração mais aguardada do festival, apenas atrás de Lana del Rey.

 

The Mars Volta (Rio 28/06 e SP 04/06) – o grupo de Omar Rodriguez-Lopez e Cedric Bixler-Zavalla retornou ano passado com um álbum que baixava um pouco a bola da experimentação alucinada – que sempre marcou o grupo – e abria espaço para uma abordagem levemente mais pop. Queridinhos por um público que os acha uma mistura de Red Hot Chili Peppers com King Crimson, o Mars Volta é, como dizia minha velha avó, PULE DE DEZ no Mita.

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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