Moraes Moreira, 1947-2020

 

 

O cantor e compositor baiano Moraes Moreira faleceu hoje de manhã em sua casa, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro.  As notícias começaram a surgiu por volta das 11h, quando Paulinho Boca de Cantor, ex-companheiro de Moraes nos Novos Baianos, informou a notícia para um site. A partir daí, após a confirmação, a notícia começou a ser divulgada. Moraes, de 72 anos, teria falecido dormindo, a causa da morte ainda não foi revelada.

 

Antônio Carlos Moraes Pires nasceu em Salvador e se tornou conhecido por sua participação na criação do que se entende por “trio elétrico” na Bahia. Ele é considerado o primeiro cantor de trio elétrico da história, ainda nos anos 1960. Moraes fez parte dos Novos Baianos, grupo que também contava com Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor. O grupo registrou discos essenciais para a compreensão do rock brasileiro dos anos 1970, especialmente “Acabou Chorare”, de 1972, que contém os clássicos “Mistério do Planeta” e “Preta Pretinha”, ambos cantados e compostos por Moraes.

 

A partir de 1975, Moraes partiu em carreira solo, se tornando um bem sucedido cantor e compositor. Ao longo do tempo, foi emplacando clássicos no cancioneiro popular, como “Pombo Correio”, “Meninas do Brasil”, “Festa do Interior”, “Lá Vem O Brasil Descendo A Ladeira” e a maravilhosa, preferida deste que vos escreve, “Sintonia”.  No fim dos anos 1980, Moraes se juntou a Pepeu Gomes e, como dupla, pegaram emprestada a moda da lambada para lançar um disco em parceria – “Moraes e Pepeu” –  que teve “A Lua E O Mar” como grande sucesso.

 

Moraes permaneceu ativo, compondo e gravando ao longo do tempo.  Em 2018, a Discoberta Discos lançou “Ser Tão”, seu último disco e, um ano depois, a Warner soltou outra caixa, com álbuns dos Novos Baianos.

 

Uma perda irreparável para a música brasileira.

 

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

One thought on “Moraes Moreira, 1947-2020

  • 13 de abril de 2020 em 11:52
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    Pô…
    Comecei Chorare…

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