Entrevistão Yanto Laitano
Cantor, compositor, pianista e produtor, o paranaense radicado no Rio Grande do Sul Yanto Laitano possui uma carreira múltipla que transita pela música erudita contemporânea e por diversos gêneros da música popular, com especial atenção para o pop e o rock. Além de sua carreira solo, Yanto também esteve à frente das bandas Billi Rubina, Ex-Machina (música erudita de vanguarda) e a Orquestra de Brinquedos, cujo repertório, formado por canções tradicionais como “O Trenzinho do Caipira”, de Heitor Villa-Lobos, e “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues, entre muitas outras, é tocado por meio de instrumentos de brinquedo. Laitano é considerado, ainda, o principal produtor de discos de música erudita do Rio Grande do Sul.
Em 2000, com a Bili Rubina, o músico alcançou o sucesso de público com a música “Meu Amor”, que emplacou nas rádios do Sul do Brasil e em festivais como o Planeta Atlântida, onde foi cantada, em coro, por mais de 80 mil pessoas. Com o tempo, a canção (dos versos de amor/desamor “Meu amor, eu te odeio/ Você me perturba/ E um dia ainda vou conseguir te matar”) converteu-se num clássico do chamado “rock gaúcho”. A partir deste período, Yanto Laitano passou a dedicar-se à sua carreira solo com os álbuns Nocaute!, de 2006, Yantux, de 2017, e o celebrado Horizontes e Precipícios, que em 2020 completa dez anos de seu lançamento. O disco recebeu 7 indicações para o Prêmio Açorianos de Música, principal láurea concedida aos músicos no Estado, e foi lançado em apresentações em diversas cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Horizontes e Precipícios foi o primeiro álbum de rock de Yanto Laitano após o longo período em que esteve envolvido com música de vanguarda em seu mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e no notório IRCAM em Paris ou criando trilhas sonoras para filmes e documentários. Essa bagagem musical adquirida por Yanto manifestam-se nas 12 faixas de Horizontes e Precipícios, seja nos arranjos sofisticados, seja na busca minimalista pela simplicidade ou na elaboração de uma concepção original baseada no rock sem o seu instrumento mais característico: a guitarra. Tudo isso somado à bateria de Gustavo “Prego” Telles (Pata de Elefante), e as criativas linhas de baixo, às vezes carregadas de distorção, do experiente Luciano Albo (Os Cascavelletes), e ao piano e à voz suave de Yanto faz a sonoridade do disco tão coesa quanto sui generis.
Poeticamente, as letras, conceitua o músico, remetem tanto à “leveza e melancolia dos largos horizontes dos pampas quanto à força e a fúria dos precipícios”. Precipícios que, em parte, dividem (por vezes afastam) o Rio Grande do Sul do resto do país, dos precipícios das grandes construções urbanas e dos precipícios de idéias. O existencialismo, por sua vez, é o tema central que permeia todas as canções do disco. Um existencialismo que divaga sobre conflitos internos, como em “Meus Inimigos Caíram”, ou explora o sentimento de não fazer parte de um determinado lugar ou de nunca estar onde se quer estar. É caso também das músicas “Eu Não Sou Daqui” e “À Beira de Um Precipício”. Às vezes revestido de acidez e ironia, tal existencialismo, por outro lado, revela-se de uma leveza ecológica, como em “Como Matar um Planeta”, dedicada ao ecologista José Lutzenberger.
Horizontes e PrecipÌcios foi gravado em 2009 pelo requisitado Thomas Dreher (Frank Jorge, Bidê ou Balde, Júpiter Maçã, Plato Divorak). No time de músicos, o álbum conta com a participação de um naipe de sopros composto por Anjinho (trompete), Paulo Muller (clarinete), Rodrigo Siervo (sax) e Alexandre Ostrowski (trompa), Risomá Cordeiro (contrabaixo acústico), Martinêz Nunes (cordas), Mateus Mapa (flauta transversa) e a pequena CecÌlia (6 anos, filha de Yanto), que faz vocal na faixa “A Flor”. O álbum também conta com um combo formado por washboard (tábua de lavar roupa) tocado por Gustavo “Prego” e washtube bass (baixo construído com cabo de vassoura e um balde), tocado por Carlo Pianta (Graforréia Xilarmônica), que, aliada a harmônica de Alex Rossi, remete a sonoridade de um velho blues do Mississipi na faixa auto-biográfica “Porto Alegre Blues”.
Nesta entrevista concedida ao site Célula Pop, Yanto Laitano deu maiores detalhes sobre a concepção e a gravação de Horizontes e Precipícios e também falou sobre a Orquestra de Brinquedos e suas bandas anteriores, a Billi Rubina e a Ex-Machina. Yanto Laitano ainda revelou seus planos para o futuro contou sobre suas experiências musicais.
Descreva como, após longo período envolvido com música de vanguarda (também criando trilhas para filmes e documentários), foi realizar Horizontes e Precipícios, um álbum de rock.
Yanto Laitano - Foi como estar mergulhado em águas profundas e subir pra nadar na superfície. Durante 7 anos eu trabalhei com uma enorme variedade de estilos, gêneros, formatos e suportes: trilhas para cinema, dança, teatro, circo e exposições de arte, música eletrônica, indígena, orquestral. Todas essas experiências foram incríveis de serem realizadas e vividas. Apesar disso, eu sentia falta de trabalhar com o universo das canções, de criar e tocar canções, de compartilhar idéias e sentimentos através delas e ver isso chegar nas pessoas. Eu buscava, e busco, uma comunicação com as pessoas e acredito que as canções são um veículo muito legal pra isso.
Eu já tinha algumas canções escritas, outras por completar, bastante coisa na gaveta. Aos poucos fui finalizando algumas daquelas composições e escrevendo outras novas. À partir de 2008, esse processo ficou mais dinâmico e a coisa tomou um corpo. Montei um trio com o Luciano Albo, no baixo, e o Gustavo “Prego” Telles, na bateria, e começamos a tocar todo aquele material com o objetivo de gravar um disco. Além de músicos geniais, os dois são grandes amigos, então o processo rolou com muita tranquilidade, parceria e diversão.
Gravamos o disco no estúdio do Thomas Dreher, que, além de também ser um grande amigo, é um profissional incrível que gravou a maioria dos artistas mais referenciais daquilo que chamamos de “rock gaúcho”. Então tudo fluiu com naturalidade para que Horizontes e Precipícios fosse um disco de rock, apesar da formação instrumental de trio de jazz com piano, baixo e bateria.
Dez anos após o lançamento de Horizontes e Precipícios como o álbum soa aos seus ouvidos?
Yanto Laitano - Leve e com uma alegria melancólica. As questões existencialistas levantadas nas canções e expostas nas melodias de maneira doce, ainda parecem-me as mesmas. A sonoridade é coesa e me dá impressão de uma certa atemporalidade, por conta dos arranjos, instrumentação e outros elementos musicais que não remetem à uma época específica, ou pelo menos não à uma só época. Vejo uma unidade sonora e poética nesse álbum mas ao mesmo tempo existe uma variedade, de timbres, arranjos e estilos, que resulta um equilíbrio muito interessante.
E, fora do espectro sonoro, hoje parece que vivemos uma época que está mais para precipícios do que para horizontes… A metáfora é cabível?
Yanto Laitano - Os horizontes podem representar amplitude e quietude mas também distanciamento e solidão. Por outro lado, precipícios podem simbolizar ruptura e isolamento, que são coisas que a pandemia, por exemplo, impôs e que agora estamos vivendo. Um ponto em comum entre essas formações naturais, e as metáforas que podemos enxergar através delas, é que ambas nos convidam à reflexão e à busca por respostas. Em 2010, para mim, os precipícios simbolizavam obstáculos intransponíveis entre as pessoas no campo afetivo, social, cultural e ideológico, por exemplo. Em 2020 esses precipícios continuam aqui, ainda mais profundos e vertiginosos, e amplificados por uma situação de saúde pública em que isolamento físico é algo vital.
Existencialismo é o tema que rege as canções de Horizontes e Precipícios. Para você, de que forma esse existencialismo se pronuncia nas canções?
Yanto Laitano - Vejo as questões existenciais como um tema recorrente em minhas canções. Em Horizontes e Precipícios elas aparecem de forma leve, embaladas por melodias e harmonias suaves e pronunciam-se nos dilemas, idéias e sentimentos contraditórios, na expressão de alegria e angústia de viver, nas reflexões sobre a própria existência, e sobre as relações entre pessoas e com o mundo. Muitas vezes essas questões são expressadas através de metáforas e simbolismos. Músicas como “À Beira de um Precipício”, “Meu Amor” e “Eu Não Sou Daqui” têm letras que tratam de sentimentos contraditórios. Essa última, inclusive, expressa de maneira direta um sentimento de não pertencimento. É um sentir-se não pertencendo à um lugar específico. No meu caso, apesar de ter nascido em Curitiba, ter sido criado no oeste de Santa Catarina e de viver há muito tempo em Porto Alegre, não me sinto paranaense, catarinense ou gaúcho: me sinto como se eu fosse um pouco de cada lugar.
Mesmo letras com jogos de palavras como “Dinheiro no Chão”, cuja desconstrução de frases cria novos significados, e letras de duplo sentido, como “Não Te Quero Mais”, que pode ser sobre uma separação ou uma síndrome de abstinência, trazem dilemas e contradições como pano de fundo.
“A Flor Que Nasce” e “Meus Inimigos Caíram”, apesar de tratarem de universos completamente diferentes, expressam reflexões sobre a própria existência, enquanto músicas como “Fim da Tarde”, “Porto Alegre Blues” e “Charly Tomó Demás”, tratam de questões que envolvem a relação com outras pessoas e com o mundo.
Horizontes e Precipícios é um disco de rock sem guitarras, sofisticadamente arranjado, porém, sua busca foi pelo minimalismo e pela simplicidade. Fale sobre essa equação.
Yanto Laitano - Pode parecer contraditório, mas a simplicidade possui um alto grau de sofisticação. Eu vinha de trabalhos musicais mais complexos, concernente à forma, instrumentação, harmonia e ritmo, e queria fazer algo que fosse o oposto disso tudo. Queria algo que fosse simples, mas não simplório. Mesmo sabendo que essa noção de simples era relativa e dependia do minha própria visão de simplicidade e que a música produzida a partir dessa noção não possuiria garantia de ser ouvida como algo ”simples”. Então busquei reduzir ao máximo os elementos musicais nas canções até chegar a uma estrutura básica essencial: bateria e baixo fazendo uma base, o piano na função harmônica e a voz fazendo a melodia. Combinamos de inicialmente fazer os arranjos de base e depois acrescentar guitarra. Porém, o trio de piano, baixo e bateria resultava em uma textura que preenchia todos os espaços.
O fato de só ter um instrumento harmônico deixava a sonoridade mais transparente e com um bom espaço para fazer frases solo com os três instrumentos. Depois, em alguns pontos, em que alguma complementação ou variação soava necessária, adicionamos instrumentos como clarinete, trompete, trompa, flauta, sax e harmônica, por exemplo. O resultado é uma sonoridade original, mas, ao mesmo tempo familiar, pois, apesar da guitarra ter um papel de destaque no universo do rock, muitas canções e discos representativos desse universo possuem o piano em uma posição central. No Brasil, como maior referência nesse sentido é o disco Loki? (1974) de Arnaldo Baptista.
Quando Horizontes e Precipícios foi lançado, algumas pessoas pensaram que o fato de não ter guitarras significava que eu não gostava do instrumento! Alguns levavam quase como uma afronta: “Como assim, rock sem guitarras, tu não gosta?!”. Tinham dificuldade em entender que uma coisa não tinha nada a ver com a outra, que era uma opção técnica e estética e que isso não anulava nem tampouco diminuia meu amor pela guitarra. Mas, no fundo, eu sempre achei muito divertida essa pseudo polêmica “rock sem guitarras” que algumas vezes surgia.
Fale sobre as experiências da Billi Rubina, Ex-Machina e Orquestra de Brinquedos.
Yanto Laitano - São três projetos completamente diferentes. O Ex-Machina era uma grupo de compositores de música erudita de vanguarda. O grupo foi criado em 1997, quando éramos estudantes de Música No Instituto de Artes da UFRGS. Foi uma união de forças para viabilizar a execução das nossas próprias músicas já que tínhamos dificuldade em conseguir instrumentistas que tocassem nossas composições. Em geral as pessoas estavam fechadas nos seus próprios estudos, que raramente incluíam alguma música que não fosse do repertório tradicional. Em 98, gravamos e lançamos o primeiro disco com 38 instrumentistas. Depois, focamos em uma formação com os cinco compositores (eu, Martinêz Galimberti Nunes, Alexandre Birnfeld, Antônio Nunes e Adolfo Almeida Jr), que combinavam instrumentos de orquestra com instrumentos não-convencionais, como liquidificadores, talheres, folhas de papel, coral de cães. Lançamos o segundo disco, Um Som Que Não Soa com essa formação, que, aliás, teve financiamento do Fumproarte de Porto Alegre, assim como nosso primeiro disco. Tocamos no Brasil, Uruguai e Argentina, em teatros e salas de concerto, sempre buscando trazer o inusitado para dentro do universo da música erudita. Com isso, nossos concertos sempre atraiam um público que não costumava frequentar aquela cena oriunda da música pop e do rock, principalmente.
Certa vez tocamos no Bar Ocidente, em Porto Alegre, no lançamento do filme Tolerância, do Carlos Gerbase, em um show com artistas que participaram da trilha, que tinha Júpiter Apple, Replicantes, Space Rave, Wander Wildner. Lugar lotado por uma platéia absolutamente eclética. Tocamos “Slow Food”, uma música que escrevi para eletrodomésticos, liquidificador, batedeira, talheres, martelo de bife e rádio, com um maestro regendo com uma colher de pau. A platéia não acreditava e os punks urravam de alegria! Aliás, tocamos essa essa música no Jornal do Almoço em 2002 e, com isso, acho que sou a única pessoa a ter tocado liquidificador e batedeira ao vivo na televisão brasileira (risos).
Já a Bili Rubina era uma banda surgida no início dos 2000, e tocava uma mistura de rock, groove, funk dos anos 70 e psicodelia. Era um quarteto com Chico Paixão (voz e guitarra), Éverton Velasques (baixo), eu (voz e teclado) e Felipe Koetz (bateria), com um trio de sopros que contava com Rodrigo Siervo, Paulo Muller e Zé do Trumpete. O som era uma massa sonora dançante, com arranjos de sopros com linhas elaboradas e pulsantes, muito bom de tocar ao vivo. Em alguns momentos rolavam uns experimentalismos, incluindo improvisos com theremin.
A gente tocava em um circuito de espaços culturais e bares alternativos de Porto Alegre, como Garagem Hermética e Ocidente, em festas da Casa de Estudante, onde o cachê era pago em bebida (tudo o que conseguíssemos beber) e em alguns palcos maiores, como o Auditório da Unisinos, o Salão de Atos da UFRGS, e o Bar Opinião, onde gravamos um especial da TVE. Também fizemos algumas apresentações no interior do Rio Grande do Sul e no litoral de Santa Catarina. Fazíamos parte de uma cena musical na qual também circulavam Juli Manzi, Adriana Deffenti, Relógios de Frederico e Groove James. Nessa turma, todo mundo tocava com todo mundo.
Quando fomos gravar nosso disco de estréia, em 2000, decidimos ficar somente como um quarteto, deixar de lado as coisas psicodélicas de lado e ir na direção de um funk eletrônico. Nessa época fizemos algumas performance em pontos clássicos de aglomeração de galera, como o Bar Escaler, nas imediações do “fumódromo” e o Timbuca, na Zona Sul de Porto Alegre. Nós chegávamos em uma ambulância, com sirene ligada, que abria caminho e parava no meio da multidão. Então as portas da ambulância abriam e saíamos tocando, junto como umas garotas vestidas de enfermeiras. Uma coisa surreal. O disco com o single foi enviado para os jornalistas/radialistas dentro de uma caixa de pizza. O caras abriam pensando que era pizza e encontravam um CD e um vale-pizza do maluco que resolveu nos apoiar.
A Orquestra de Brinquedos é um espetáculo que criei em 2011 e que tem uma recepção incrível por parte da platéia. As pessoas ficam encantadas. Não só as crianças, mas os adultos ficam realmente emocionados. São cinco soldadinhos de chumbo, incluindo uma soldadinha, que tocam instrumentos de brinquedo e sinos musicais, que são um ponto central dessa orquestra. São oito sinos musicais de brinquedo, cada um com uma cor e uma nota diferente, que formam uma escala musical. Conforme a melodia da música percorre os sinos ela cria uma coreografia com o movimento dos soldadinhos. Quase todo espetáculo é instrumental com ocasionais “lá-lá-lás” dos soldadinhos. Quem canta o repertório de músicas folclóricas, cantigas de roda e até Beatles, é a platéia. O elenco é formado por Filipe Narcizo, Fábio Luís “Musklinho” Bockorny e Beto Chedid, também parceiros musicais de longa data em diferentes projetos meus projetos solo. Nossa agenda de apresentações presenciais foi cancelada ou suspensa devido à pandemia de Covid 19 mas estamos realizando apresentações no formato de “live” e tivemos uma experiência sensacional, e muito segura, de apresentação em Drive In em Porto Alegre que, inclusive, teve uma versão de Danúbio Azul com participação de buzinas de carros que foi memorável.
E o clipe que está para sair?
Yanto Laitano - Filmamos a música “Camarada” em um trailer vintage, um Turiscar modelo Eldorado ano 1979, em um sítio aos pés das montanhas da Serra do Mar, no interior de Maquiné, na região litorânea do Rio Grande do Sul. Esse trailer é minha casa de campo ou de praia,dependendo do lugar onde eu consiga ir com ele. Quando filmamos o clipe ele estava nesse sítio, um lugar belíssimo onde eu tenho deixado o trailer em boa parte do inverno.
Nós rodamos o clipe em um dia com uma equipe que era eu e o Beto Chedid atuando/tocando e a Ceci Sesh, que é uma pessoa talentosa e múltipla, fazendo direção, captação de imagens, fotografia e a montagem. A música trata do encontro entre dois velhos amigos que conversam, bebem, fumam e jogam conversa fora. Conforme o clipe avança, a mesa vai ficando cheia de garrafas, o cinzeiro cheio de pontas e o trailer fica tão cheio de fumaça que fica fumegando pelas janelas. Ficou muito divertido! O clipe foi finalizado em 2019 e decidi guardar o material e buscar financiamento por edital ou coletivo. Agora surgiu uma ótima oportunidade e estamos aguardando informações para iniciar a divulgação do lançamento.
Fora isso, quais são as novidades que vêm pela frente?
Yanto Laitano - Eu fui um dos vencedores do FAC DIGITAL-RS, que selecionou projetos culturais cujo objetivo é desenvolver conteúdo digital. Vou fazer uma apresentação ao vivo nas minhas redes sociais, a popular “live”, para comemorar os dez anos de lançamento do Horizontes e Precipícios e tocar o álbum na íntegra em arranjos especialmente criados para o formato piano, voz e sintetizador. Após a apresentação ao vivo, o vídeo vai ficar disponível gratuitamente na internet.
O que também está por vir é o lançamento de uma música inédita que já finalizada e com arte da capa. Essa música originalmente era do álbum Yantux, mas ficou de fora porque não se encaixava no resto da história. Mesmo assim, eu gostei da gravação e resolvi guardar para lançar depois como um single.
Além disso, sigo compondo material para um novo disco de canções. Uma das novidades é que, além de piano, estou compondo também no violão, o que me abriu novas possibilidades de criação. É muito interessante tocar e criar em um instrumento que funciona com uma lógica tão diferente da que se está acostumado pois surgem novos caminhos e o processo todo se renova.
Ao mesmo tempo, a Orquestra de Brinquedos segue fazendo apresentações ao vivo pela internet, contratadas por escolas ou instituições, e realizando gravações de vídeo mensagens de aniversário personalizadas sob encomenda. Enquanto isso, sigo tendo idéias e compondo livremente. Aos poucos vou reunindo esse material enquanto busco possibilidades para realizá-los. Tenho umas coisas bem interessantes na gaveta!
Cristiano Bastos é jornalista. Um dos autores do livro Gauleses Irredutíveis – Causos & Atitudes do Rock Gaúcho. Escreveu Julio Reny – Histórias de Amor e Morte, Júpiter Maçã: A Efervescente Vida e Obra, Nelson Gonçalves – O Rei da Boemia e o livro de reportagens Nova Carne Para Moer. Também dirigiu o documentário Nas Paredes da Pedra Encantada, sobre o álbum Paêbirú, de Lula Côrtes e Zé Ramalho. Atualmente trabalho no projeto 100 Grandes Álbus do Rock Gaúcho, que se encontra em campanha de financiamento pela plataforma Catarse:
https://www.catarse.me/100GrandesAlbunsDoRockGaucho