Duas playlists com Lafayette

 

 

Ontem recebemos a notícia do falecimento de Lafayette Coelho Varges, o tecladista/organista que imprmiu sua marca em vários clássicos da Jovem Guarda, especialmente em gravações de Roberto Carlos. Ele tinha 78 anos e foi vítima de pneumonia. Após este tempo nos estúdios da Jovem Guarda e de adentrar os anos 1970 ainda figurando em canções emblemáticas de Roberto, como “Amada Amante”, Lafayette ingressou no nicho do easy listening, gênero maldito pela intelligentzia musical, mas muito importante. Chamado de “música de elevador” ou “muzak” por seus detratores, o easy listening consistia em arranjos orquestrais de sucessos das paradas e composições próprias, sempre com ênfase em algum elemento.

 

No caso de Lafayette, o órgão B3 era seu grande representante. Ele gravou vários álbuns com o título “Lafayette Apresenta Os Sucessos”, nos quais releu inúmeros sucessos nacionais e internacionais, com um repertório que incluiu Chicago, Tim Maia, Burt Bacharach, Paul McCartney, entre muitos outros. Infelizmente esta parte – enorme – do trabalho de Lafayette tende a ficar relegada a um segundo plano. Mas aqui a coisa é diferente. Além da playlist com as mais importantes gravações que ele fez com Roberto Carlos, a gente disponibiliza, em outro ramalhete de músicas, o melhor deste seu período easy listening, num total de 29 faixas.

 

Ouvir o trabalho de Lafayette é a melhor maneira de prestar homenagem pela sua importância inegável para a música pop brasileira.

 

A primeira é o filé da carreira de Roberto Carlos entre 1965 e 1972. São 19 clássicos acima dos críticos e da crítica, praticamente todos com um solo impressionante de Lafayette ou com o seu acompanhamento preciso.

 

 

A segunda playlist é o melhor da fase easy listening de Lafayette, na qual ele não deixou nada a dever a grandes mestres do estilo, como Paul Mauriat ou Ray Conniff, se aproximando muito mais do balanço de Erlon Chaves, outro colosso da música instrumental brasileira.

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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