#musiquetas 05/02/21

 

 

#musiquetas é uma nova seção aqui da Célula Pop. Vamos dar uma analisada nos lançamentos de singles e faixas que surgem lindas, leves e soltas no seu serviço de streaming preferido. No caso do Spotify, do qual sou usuário, o sistema envia uma amostragem semanal de lançamentos, escolhida a partir do que eu costumo ouvir normalmente. São os tais algoritmos em ação, algo que muita gente detesta mas que, em termos de trabalho, facilita um bocado. Se bem que, não raro, a gente até antecipa o computador em muitas vezes, ouvindo em outros lugares os lançamentos mais disputados.

 

 

– The Band – The Weight (Live At Royal Albert Hall, June 1971) – sim, como o nome já diz, é a sacrossanta The Band executando seu maior hit diante de uma plateia londrina pra lá de felizarda. Essa faixa faz parte do relançamento de “Stage Fright”, álbum de 1970, que é meio visto como um patinho feio em sua discografia.

 

– Foo Fighters – Chasing Birds – faixa do novíssimo disco “Medicine At Midnight”, que a gente já resenhou aqui. É uma balada mccartneyana ou da safra “The Long Run” dos Eagles. É coisa muito nova e arejada no cânon de Dave Grohl e seus amigos. E é legal.

 

 

– Turnos e Paula Cavalciuk – Queda Livre – single da banda sorocabana com participação da cantora radicada na cidade. É pós-punk revisitado e repensado, com toques de Bowie e The Cure e uma narrativa desesperada de fim do amor. Lindeza.

 

– Painted Shrines – Heaven And Holy – Painted Shrines é um projeto de Jeremy Earl (do Woods) e Glenn Donaldson (dos Skygreen Leopards). A levada é uma mistura de riff de guitarra à la REM 1988, com approach indie contemporâneo e distorções bacanudas. Bem legal.

 

– Carole King – Out In The Cold – esta canção pertence às sessões do sacrossanto álbum “Tapestry”, que faz 50 anos em 2021. Seu aparecimento aqui mostra que Carole está tramando algum relançamento ampliado do disco, lembrando que “Tapestry” já surgiu em edições enxertadas, todas indispensáveis.

 

– Julien Baker – Favor – estamos meio apaixonados por esta menina, original do Tennesse, e que milita nas fileiras do folk alternativo, mas sem concentrar seu poder de fogo apenas nas levadas calmas de violões e tal. Aqui tem baixo, bateria, guitarra e sentimento. Conheça Julien, você vai gostar.

 

– Wado e LoreB – Sem Pressa – confirmando a ótima forma de Wado, esta canção é uma lindeza absoluta e a presença da voz de LoreB dá uma profundidade ao arranjo eletroacústico. Tem cara de manhã preguiçosa em algum lugar do passado que nunca foi embora.

 

– MOMO – Trem da Paz – achei que era uma versão para “Peace Train”, o clássico pacifista de Cat Stevens, mas, longe de ser. MOMO exercita seu talento na confecção de melodias e gera algo em câmera lenta, belo e contemplativo. Lindeza.

 

 

– BaianaSystem e BNegão – Reza Forte – parceria sensacional que recicla várias vertentes da música negra moderníssima e gera algo novo, irresistível, futurista e ancestral ao mesmo tempo. Vem disco novo da BaianSystem por aí e já estamos na espera.

 

 

– Zelia Duncan – Ouvindo Lou Reed – faixa do novíssimo disco de Zélia, “Minha Voz Fica”, em que intepreta canções compostas por Alzira E, irmã da cantora Tetê Espíndola. A pegada é voz e violão, o que acaba valorizando as letras. Boa pedida.

 

– Kassin e Paulinho Moska – Tranquilo – canção que foi lançada em 2004, na interpretação de Thalma de Freitas, ressurge aqui no dueto entre o apresentador do programa Zoombido e o produtor Kassin. A levada é de voz e violão, com improvisos no final, o que só valoriza a belezura total que é a canção.

 

 

– Death From Above 1979 – One + One – rock calcado em riffs corpulentos de guitarra e andamento acelerado de bateria. O DFA 1979 é uma dupla de stoner rock canadense, cheia de bons serviços prestados. Ouça.

 

 

– A.J Croce – Only Love Can Break Your Heart – AJ é filho de Jim Croce, cuja canção “I Got A Name” foi reapresentada ao público por sua inserção na trilha sonora de um filme de Quentin Tarantino, “Django Unchained”. Aqui ele faz um disco de covers no meio do caminho entre blues e rock, com destaque para uma versão linda deste clássico de Neil Young, 1971.

 

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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