Treze Filmes Bacanas de 2024
Aqui está mais uma lista da Célula Pop de melhores de 2024. A gente não tem tempo para ver todos os filmes que surgem em cartaz e os convites de cabine sempre apontam para lugares muito distantes. Sendo assim, o site – a meu ver – sempre fica devendo um pouco quando o assunto é a Sétima Arte.
Mas isso não nos impede. Sendo assim, dos que vimos, aqui está os longas que achamos melhores e mais representativos da safra de 2024.
Discordem, concordem, apontem os seus preferidos!
13 – Armadilha – Longa mais recente de M.Night Shyamalan mantém acesa a disputa entre filmes legais x filmes péssimos do diretor americano. Este, felizmente, está do lado dos bons. Destaque para a performance de Josh Hartnett como um psicopata inteligentíssimo e repugnante.
12 – A Substância – filme-sensação da segunda metade de 2024, o longa da diretora francesa Coralie Fargeat recuperou a narrativa de body horror e trouxe Demi Moore de volta à cena. Mas quem está ótima mesmo é Margaret Qualey.
11 – Um Lugar Silencioso – Dia Um – a franquia “Um Lugar Silencioso” é bem legal e merecia mais destaque. Esta é uma “prequel” da narrativa, mostrando o dia da chegada dos aliens hipersensíveis ao som sob o ponto de vista de uma paciente terminal de câncer, lindamente interpretada por Lupita Nyongo. Lírico e belo até onde dá pra ser.
10 – Assassino por Acaso – boa comédia de ação, escrita por Richard Linklater, o mesmo cara que bolou “Escola de Rock” e tantos outros filmes bacanas. Destaque para o roteiro inteligente e as boas atuações de Adria Arjona e Glen Powell.
09 – Guerra Civil – filmaço de Alex Garland sobre um cenário distópico em que os Estados Unidos se separaram e iniciou-se uma guerra civil. O ponto de vista é de uma equipe de jornalistas que tenta cobrir a ofensiva até Washington. Cenas de tirar o fôlego e uma quase-obrigação de ser visto após a vitória de trump.
08 – Os Rejeitados – filme “menor” com o magistral Paul Giamatti, mostrando um feriado imprevisto num colégio interno dos Estados Unidos nos anos 1970. Ótimos diálogos e uma interpretação que valeu a indicação ao Oscar para Giamatti.
07 – Gladiador 2 – este filme é muito mais legal do que a mais otimista previsão poderia supor. Ridley Scott adicionou ainda mais drama, sangue e sequências sensacionais à trama original e revelou mais um papel sensacional para Denzel Washington, que cresce muito quando interpreta vilões.
06 – Jurado Número Dois – filmaço de Clint Eastwood que foi direto para o streaming (está na Max) com ótimo desempenho de Nicholas Hault e Toni Colette que, pasmem, há mais de vinte anos, foram mãe e filho em “Um Grande Garoto”. Filmaço de tribunal com reviravolta e final inquietante.
05 – Duna: Parte 2 – segunda parte da versão cinematográfica definitiva da obra de Frank Herbert, mostrando que o diretor canadense Dennis Villeneuve entendeu exatamente o complexo universo de “Duna”. Ótimas fotografia, trilha sonora e edição. Villeneuve concorre ao Oscar de Melhor Diretor e o longa pegou uma indicação de Melhor Filme.
04 – Divertidamente 2 – alguém poderia dizer que esta é uma sequência “mais do mesmo”, mas a fidelidade com que as mudanças da infância para a adolescência são retratadas aqui beiram o comovente. Destaque para a sequência impressionante do ataque de pânico, algo que, de tão belo, chega a ser terapêutico. Sensacional.
03 – O Mal Não Existe – longa enigmático e sutilíssimo de Ryusuke Hamaguchi, que ficou mais conhecido quando filmou “Drive My Car” em 2022. Aqui ele mostra o impacto da chegada da indústria do turismo a uma comunidade isolada, próxima a Tóquio, com ares de mistério, realismo fantástico e silêncios que gritam alto. Obra prima.
02 – Dias Perfeitos – longa belo, sutil e comovente de Win Wenders sobre a vida de Hirakawa, um jardineiro em Tóquio. Em tom lírico, existencialista e minucioso, Wender faz um filme quase imperceptivelmente perfeito. Destaque absoluto para a atuação de Koji Yakusho.
01 – Ainda Estou Aqui – não é só pelas indicações do filme ao Oscar ou mesmo pelo desejo de ver Fernanda Torres triunfando, “Ainda Estou Aqui” é uma obra prima de realismo, elegância e contundência. É, como dissemos na resenha do filme, publicada em 8 de novembro, “a obra definitiva sobre a ditadura civil-militar brasileira”.

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.