Papo Rápido com Holger
O processo criativo para nós, é, antes de tudo um estado de espírito – Holger
Holger é uma das bandas mais queridas do indie nacional e está com single novo: “Glossário”. A canção já pode ser ouvida nas plataformas de streaming por aí e foi lançada pela banda em apresentação no Sesc Pompeia, no dia 29 de março último. O show mostrava, além de canções de outros discos, especialmente as criações do trabalho mais recente do Holger, homônimo, lançado em meados do ano passado.
Conversei muito rapidamente com a banda por e-mail para perguntar se a canção era indício de um novo processo criativo que se iniciava ou se ainda mantinha o do álbum anterior. Também aproveitei pra perguntar sobre shows, viabilidades e a passagem do tempo, uma vez que a banda completou dez anos de estrada.
-Vocês sempre estão incorporando novos estilos a partir de seus álbuns. O que podemos esperar para este novo trabalho, a partir do primeiro single, “Glossário”?
Glossário na verdade foi um single ao contrário, ele saiu após o nosso laçamento mais recente, “Relações Premiadas”, que lançaremos no Sesc Pompeia
– Vocês lançaram “Relações Premiadas” há cerca de um ano. Podemos dizer que o processo criativo não foi
interrompido? Vocês estão na mesma onda do álbum?
Assim como fizemos com nosso último álbum, auto-intitulado Holger, guardamos algumas faixas compostas e gravadas contemporaneamente para singles futuros. Estamos iniciando novo processo de composição atualmente para um futuro álbum. o processo criativo para nós, é, antes de tudo um estado de espírito
– Como a situação caótica e inacreditável do país influencia vocês?
Compomos sobre nossas vivências, que vão de um nível pessoal, individual, que está inserido no coletivo. Com este coletivo, este sócio tão perturbador e caótico, sofremos juntos os movimentos. Esses abalos muitas vezes precisam ser cuspidos em forma de musica.
– Como estão as condições de lançamento de discos e singles nestes tempos? O público está mais escasso?
Acho que a cena indie brasileira vive um momento bastante produtivo, criativo. E o público acompanha isso. O tipo de material que se vende hoje não é mais o CD, mas sim vinis, k7, merchs variados. O consumo mudou muito. Mudou muito também a mídia pela qual divulgamos, as coberturas de blogs independentes diminuiu muito.
– Vocês já ultrapassaram os dez anos de carreira. Como vocês se vêem hoje?
Como há dez anos atrás.
– O que vocês estão ouvindo atualmente?
Raça, Terno Rei, Djonga, Duda Beat, Raffa Moreira, Caio Falcão, Luiza Lian, Fort Romeau, Sidoka, Eliminadorzinho, Boogarins, Four Tet, Toro y Moi.

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.