13 Melhores Filmes de 2020

 

 

Nossa relação de filmes preferidos deste ano é fruto direto das peculiaridades que envolveram o ato de ver um longa em tempos tão estranhos. Com cinemas fechados, os serviços de streaming assumiram protagonismo  inédito e muitos desconfiam de sua irreversibilidade.

 

Mesmo com as dificuldades e restrições, não faltaram produções sensacionais.

 

 

13 – A Escolhida – longa que tem Janelle Monáe no elenco e se dispõe a misturar mistério, terror e ficção científica, mas acaba adentrando com firmeza o terreno da denúncia antirracista. Pequena maravilha inesperada.

 

 

12 – Narciso em Férias – o documentário que traz Caetano Veloso falando com simplicidade e humildade sobre sua prisão em 1969 – e consequente exílio – é uma aula de como filmar neste gênero narrativo. Alguns momentos são reveladores, outros são revoltantes, tudo é necessário.

 

11 – O Homem Invisível – Elisabeth Moss lidera o elenco desta apropriação da história do médico que “some” por conta de suas invenções mas o que diferencia esta nova versão é a tonalidade de denúncia contra relacionamentos abusivos que ela incorporou, tendo em Moss o foco principal. Bem legal.

 

 

10 – Borat: Fita de Cinema Seguinte – ainda que não tenha a graça do primeiro filme, esta sequência é muito mais dura em termos de ataque aos costumes americanos conservadores, disparando contra fake news, fascismo, negacionismo, hipocrisia e trumpismo. Contundente e nonsense.

 

 

09 – A Vastidão da Noite – filme independente e com aura noir sobre uma misteriosa noite que tem lugar numa cidadezinha americana, possivelmente visitada por alienígenas. Rádio, mistério, sombras, escuridão e tudo o que a gente gosta, muito bem colocado.

 

08 – Soul – animação da Pixar com Jamie Foxx no “papel principal” de um músico que busca redenção e realização na vida através do sucesso e da relevância no mundo do jazz e da música negra. Como diria Xuxa, é mais pros altinhos que pros baixinhos.

 

 

07 – American Utopia – David Byrne percorreu o mundo – veio ao Lollapalooza Brasil em 2018 – a bordo deste impressionante show, devidamente documentado neste longa. Basicamente é a filmagem de uma apresentação num teatro, com detalhes que passaram batidos nas transmissões de TV e que enfatizam a genialidade do músico e da apresentação.

 

 

06 – Dark Waters – Mark Ruffalo interpreta um advogado que se vê dentro de uma série de casos de contaminação a partir da poluição gerada por fábricas de teflon nos Estados Unidos. Filme com denúncia e inspirado em fatos pra lá de reais.

 

 

05 – Eurovision – uma deliciosa canastrice estilizada, protagonizada pelo duvidoso Will Farrel e Rachel McAdams, no papel de um duo de tecnopop islandês que tenta ir para a final do famoso festival europeu de música pop. Hilário e estranho.

 

 

04 – Rede de Ódio – longa polonês sobre a propagação do ódio e das fake news em redes sociais a partir de vários níveis de rancor e frustrações pessoais, que serve como força motriz de tudo isso. Impressionante e tristemente verdadeiro.

 

 

03 – Os Miseráveis – filme francês sensacional sobre tumultos étnicos e sociais nas periferias de Paris, mostrando leis e costumes próprios em conjuntos habitacionais cheios de descendentes de imigrantes africanos às voltas com as injustiças sociais da França moderna. Algumas das cenas mais impactantes do ano estão neste filme.

 

 

02 – Os 7 de Chicago – escrito e dirigido por Aaron Sorkin, o longa traz um elenco liderado por Ed Redmayne, no qual a semana da convenção do Partido Democrata em Chicago, 1968, é o ponto de encontro de várias correntes progressistas de pensamento político nos Estados Unidos da época. Documento histórico muito bem encenado e executado.

 

 

01 – Você não estava aqui – filme do mestre Ken Loach sobre a uberização do trabalho na Inglaterra, mostrando como as relações entre integrantes de uma família vão se deteriorando à medida em que o pai precida cumprir uma escala impiedosa de trabalho, sem qualquer salvaguarda. Dilacerante, pesado e verdadeiro. O destaque do ano, sem dúvida.

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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