13 Melhores Discos Nacionais de 2020

 

 

E cá estamos em mais uma lista de melhores de 2020. Desta vez é com a seleção de discos nacionais do ano, que vem recheada de álbuns para todos os gostos. Tem rock, pop, música tradicional brasileira e muita coisa boa.

 

Tem veteranos, tem estreantes.

 

Tem Brasil, tem África, tem mundo e tem tudo o que precisamos para entender o momento que passamos.

 

Porque, como já disseram, a música é o reflexo da nossa sociedade.

 

Ouçam, conheçam, passem adiante.

 

 

Menções Honrosas

 

Pupillo – Sonorado – recriando temas clássicos de novelas dos anos 1970, o produtor e baterista da Nação Zumbi presta homenagem aos mestres da composição e arranjadores, sem soar nostálgico e apresentando um mundo novo para os mais jovens.

 

Guilherme Held – Corpo Nós – um disco complexo e exuberante, no qual Guilherme recebeu vários convidados, que emprestaram voz e sentimento às suas canções e composições. O resultado é sensacional.

 

Herbert Vianna – HV Sessions, vol.1 – o paralama está em casa, em plena pandemia, ao lado de seu inseparável violão e seu produtor, Chico Neves. No roteiro, clássicos da música internacional que o inspiraram em décadas de carreira. Funciona que é uma beleza.

 

 

Wry – Noites Infinitas – a veterana banda de Sorocaba retorna ao disco com seu pós-punk binacional e bilíngue, com inspiração e propriedade, resgatando sons e apresentando timbres pra quem estiver de passagem.

 

 

Gil Baiana – Gilberto Gil e BaianaSystem ao Vivo em Salvador – duas forças musicais ao vivo na Bahia. Gil, imortal e imorrível, de um lado. Do outro, o grupo que recicla a música diaspórica com apuro. Não pode dar errado.

 

 

The Gilbertos – Ano – um ano particularmente difícil para Thomas Pappon, exorcizado em disco, que mantém os Gilbertos como uma discreta fonte de boa música, privilégio de poucos.

 

Sepultura – Quadra – entendedores da sonoridade metálica e globalizada do grupo dizem que este é um dos melhores álbuns que o Sepultura lança em várias décadas. Limpo e pesado, “Quadra” é, de fato, uma cacetada bem dada.

 

 

Giovanna Moraes – Rockin’ Gringa – depois de lançar um disco interessante no meio de 2020, Giovanna soltou um EP com releituras “roqueiras” de algumas faixas e se saiu melhor do que no original.

 

 

André L R Mendes – Manda Notícias – o ex-Maria Bacana mantém sua produção exuberante de música política, social, melódica e feita em casa. Timbres e sutilezas marcam as faixas deste seu novo álbum.

 

Lucas Gonçalves – Se Chover – baixista da banda baiana Maglore, Lucas lançou seu primeiro disco solo e, em termos geográficos e afetivos, situou seu trabalho lá no interior de Minas, naquela vida idealizada e mais simples que já quisemos/queremos ter. Lindeza.

 

Boogarins – Manchaca vol.1 – uma das bandas mais importantes do pais, aqui e lá fora, a goiana Boogarins soltou esta coletânea de sobras de estúdio registradas ao longo das gravações de seus últimos discos. “Inocência” é uma das mais belas canções do ano.

 

Balla e os Cristais – Jogo do Bicho – banda carioca que surgiu enfurecida e sem qualquer paciência com o burrismo reinante. Com faixas afiadas e certeiras, Balla mandou todo mundo praquele lugar, o que, convenhamos, é bem justo.

 

Bruna Lucchesi e Vinicius Bastos Gomes – MEO – o duo registrou um disco delicado e acústico, em Portugal, com versões inspiradíssimas de clássicos nacionais e uma faixa de Amy Winehouse. Um clima belo e diáfano vem de bônus com a audição.

 

 

 

Os 13 Melhores Discos Nacionais de 2020

 

13 – Vanessa Krongold – Singular – vocalista da Ludov, Vanessa segue como uma das ótimas cantoras do país. Com apuro pop e sentimento, ela fez um belo álbum solo.

 

12 – Andrio Maquenzi – Contracorrente – o ex-Superguidis ressurgiu musicalmente com um trabalho próximo do folk rock, mas cheio de letras confessionais que fazem um ajuste de contas consigo mesmo.

 

 

11 – Ira! – IRA – o bom e velho Ira! voltou ao disco com um trabalho tradicional e vigoroso, com acenos importantes ao momento político atual e relevância dentro de sua extensa carreira.

 

 

10 – Letrux – Aos Prantos – mais um trabalho em que Letrux extrai timbres e possibilidades da música pop dançante/eletrônica, ainda que, desta vez, ela esteja mais introspectiva e quietinha.

 

 

09 – Boletos Antiaderentes – Tia Maria’s Pensão & Bistrô – banda mineira que encantou a nossa redação. Com surrealismo e engajamento político, os Boletos mostraram que é possível ter humor e não ceder ao burrismo estilizado.

 

 

08 – Fernanda Takai – Será Que Você Vai Acreditar? – Fernanda gravou um belo disco cheio de sutilezas e delicadezas, mas fiel à sua genialidade na escolha do repertório e até nas participações especiais, como a presença de Virginie, ex-Metrô e Maki Momiya, ex-Pizzicato 5.

 

 

07 – Carne Doce – Interior – a banda goiana ressurgiu com seu pop eletrônico e sensual, novamente mostrando relevância e capacidade de soar totalmente sintonizada com seu tempo e lugar.

 

 

06 – Tagua Tagua – Inteiro Metade – projeto do músico Felipe Puperi, ex-Wannabe Jalva, segue fazendo um som calcado no indie rock atual, com pé na eletrônica e ótimas composições.

 

 

05 – Carabobina – Carabobina – duo formado por Raphael Vaz (contrabaixo da Boogarins) e sua companheira Alejandra Luciani. Com um tom lúdico, com batidas em loops que dão a sensação de passeio futurista, a Carabobina deixou sua marca com este ótimo disco.

 

 

04 – Dolores Fantasma – Voto de Silêncio/Horror Vacui – influências de Fellini, Nau, Vzyadoq Moe, Sexo Explícito … Por trás do projeto está Olavo Rocha, líder da ótima Lestics e com ele estão, além de seu filho, Pedro Canales , vários convidados, que vão de Marcelo Patu, Ivan Santos e Loop B a Rubinho Troll e Thomas Pappon.

 

 

03 – Julico – Ikê Maré – líder da The Baggios, Julico se embrenhou em lembranças de sua cidade natal e se saiu com um disco híbrido de sonoridades roqueiras, samba e guitarras, lembrando Hendrix e Jorge Ben e isso é para bem poucos.

 

 

02 – DJ Hum – Alquimia – o veterano DJ paulistano surge com um disco solo instrumental no qual visita batidas e batidões de velhos e novos bailes. De quebra uma versão perfeita de “All Night Long”, clássico das Mary Jane Girls.

 

 

01 – Zé Manoel – Do Meu Coração Nu – um disco-manifesto, contundente e duríssimo em meio a melodias delicadas ao piano. “História Antiga” deveria estar nas escolas de todo o território nacional.

 

 

Hors Concours

 

Mateus Aleluia – Olorum – ex-integrante do grupo Os Tincoãs, Mateus Aleluia é um pesquisador da cultura africana, tendo em Angola o seu terreno de atuação. Sua carreira solo se iniciou há dez anos e este é seu terceiro trabalho. “Olorum” é indescritível e muito, muito belo. É música de um outro tempo e lugar, ao alcance da sua mão. Ouça e sinta. É tão superlativo que não entrou na escala possível de notas e voou sozinho neste ano.

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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