Parabéns, Anitta!

 

 

A gente que mexe com música – escrever é “mexer” com música, oras – sabe muito bem como as coisas funcionam em nível mundial quando o assunto é sucesso. Existem níveis diferentes de sucesso e ganho de visibilidade, lucro, carreira, relevância etc, mas, quando o assunto é chegar aos primeiros lugares, não há muita opção. O artista deve ser anglo-americano e participante ativo da indústria musical global. Não importa que tipo de música seja feito – rock, pop, hip hop – podemos dizer que é um clube fechado, com regras rígidas. Por essas e outras, é digno de celebração o feito que Anitta obteve, o de estar no primeiro lugar do Top 50 Global do Spotify, com seu single “Envolver”.

 

O feito foi alcançado hoje, dia 25 de março, após mobilização massiva de fãs e seguidores nas redes sociais. Não importa se este é o meio de aferição para este tipo de conquista, as regras, como dissemos, são muito rígidas e claras. Num escaninho em que estão gente como Justin Bieber, Miley Cyrus e congêneres, ver Anitta, ou melhor, Larissa, no meio deles, é algo bem bacana.

 

Claro que já tem gente dizendo que a música da Anitta é um lixo. E tem gente pedindo a volta da “verdadeira música brasileira”, clamando por Tom Jobim e outros. Gente por favor.

 

Ninguém discute a importância da música de Jobim e outros monstros sagrados do passado, pessoalmente, meus preferidos na hora de ouvir algo que me dê prazer. O que não dá pra colocar em dúvida é que o tempo passou, os parâmetros mudaram, o mundo ficou mais acessível e tudo isso contribui para que haja um derretimento de fronteiras estéticas forte o bastante a ponto de aproximar a música pop planetária e colocá-la num lugar em que periferia, eletrônica, sexualidade, hedonismo e relacionamento sejam os principais estimuladores da produção. E disso a Anitta entende e tem sensualizado na cara de programas como o do apresentador americano Jimmy Fallon, que ficou encantado – ou mostrou ficar – com o charme maroto da menina de Honório Gurgel.

 

Aliás, é bem evidente que, por trás das críticas à música da Anitta e sua postura, estão os velhos motivos de sempre. Machismo, preconceito social, conservadorismo, babaquismo. Claro, é a velha sociedade brasileira de sempre, a mesma que marcha com Deus pela liberdade, contra a guitarra elétrica e que endeusa os piores possíveis. Mas, ironicamente ,é nesses ambientes, aparentemente estéreis, que surgem as Anittas da vida e quando elas desembestam a fazer sucesso e encantar o mundo, ninguém segura.

 

Na lista das brasileiras mais influentes do mundo, Anitta acumula mais de 60 milhões de seguidores em suas redes sociais. Na biografia “Anitta: o livro das poderosas”, publicada pela editora Universo dos Livros e disponível em ebook no Skeelo, os fãs acompanham o início dessa trajetória de enorme sucesso.

 

Na obra, é possível conhecer sobre sua vida, momentos marcantes do início da carreira e entender um pouco mais do tino apurado da cantora para novas tendências que a fez chegar ao topo dos rankings mundiais. A curadoria feita pelos autores da Equipe Universo dos Livros, também mostra a personalidade forte e cativante da carioca, que enfrenta qualquer obstáculo para conquistar todos os seus sonhos.

 

Anitta tem investido fortemente no mercado internacional e essa trajetória começou em 2014, com a apresentação no Grammy com a música Zen. Em 2016 veio o reggaeton com o colombiano J. Balvin e em 2017 ela fez história sendo a primeira brasileira a se apresentar no palco de Jimmy Fallon, durante o programa The Tonight Show, ao lado da cantora Iggy Azalea. Anitta retornou ao programa americano recentemente para lançar a música solo “Boys don’t cry”.

 

O ebook “Anitta: o livro das poderosas” em versão digital está na área premium do aplicativo Skeelo, disponível para download nas lojas Apple Store e Google Play.

 

Por esses motivos, Anitta deve continuar a balançar sua bunda por aí, a ter seus casos e relacionamentos do jeito que ela bem quiser, cantar o que quiser e fazer o que quiser de sua vida e sua carreira. Ela tem este direito e se, no meio do caminho, se tornar uma estrela global ao fazer o que gosta, azar de quem tem implicância com sua liberdade.

 

Eles que lutem.

 

 

Anitta – Envolver [Official Music Video] – YouTube

 

 

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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