Meu Top 10 – Shumps

 

Ah, os saudosos jogos de nave… Qual gamemaníaco(a) das antigas que não se lembra deles? Junto com os clássicos da pancadaria como “Street Fighter 2” ou “Final Fight”, os shmups (corruptela para “shoot ‘em up” – “Atire neles”, numa tradução literal – como esse gênero tão peculiar é conhecido lá fora) eram presença garantida nos fliperamas e plataformas domésticas dos anos 1980 e 1990, mas como tantas outras coisas bacanas daquela época, foram relegados ao ostracismo em prol de jogos com gráficos e roteiros mais elaborados.

 

Claro, não tenho nada contra um “Elder Scrolls V – Skyrim” ou um “Xenogears” da vida, com seus visuais realistas e cenários amplos que permitem mais 100 horas de exploração e diversão, porém sejamos francos: Quem aqui nos dias cada vez mais corridos em que vivemos consegue arranjar tempo pra aproveitá-los em sua plenitude? Eu mesmo comprei “Red Dead Redemption 2” há uns 3 meses e, até agora, sequer consegui tirá-lo do lacre! Exatamente por isso sinto falta de games mais casuais, onde o negócio era sentar o dedo sem muita preocupação. Diversão pura e simples, afinal não é essa a essência dos videogames (ou ao menos acho que deveria ser)?

 

Assim sendo, movido que estava por esse sentimento nostálgico, resolvi prestar a todos que acompanham o “Covil do Milhouse” um serviço de utilidade pública e listar o meu Top 10 pessoal de shmups, com o objetivo de chamar a atenção tanto do público mais jovem que não está familiarizado com esse universo (quem sabe assim se animam a expandir os horizontes e fugir da mesmice?) quanto também para o pessoal das antigas relembrar junto comigo e depois matar as saudades no seu emulador preferido, por que não?  Também preciso ressaltar que pedi para meu amigo de fé, irmão camarada e CEO do CÉLULA POP Carlos Eduardo Lima fazer uma menção honrosa e falar de um shmup que marcou sua infância! Dito isso, apertem os cintos e vamos lá:

 

10 – UN Squadron (Arcade / SNES): Baseado num desenho animado popular no Japão chamado “Area 88”, merece destaque tanto por seus belos gráficos (que diga-se de passagem envelheceram muito bem!) como por ser extremamente desafiador;

 

9 – R-Type Final (Playstation 2): Me vi quase que na obrigação de colocar um “R-Type” na lista. Afinal, ela é uma das mais clássicas séries de shmups existentes e em quase todas as plataformas ela dá o ar da graça. Acabei escolhendo a versão de 2003 para Playstation 2 unicamente por ter sido a que mais me marcou, pelas noites que passei em claro para chegar ao final! Foi um voto com o coração, admito!

 

8 – Gaiares (Mega Drive): Só pela lindíssima trilha sonora, “Gaiares” já merecia um lugar nessa lista, porém o que mais me chamava a atenção era um toque simples e bastante criativo que o tornava único: A possibilidade de poder roubar a arma dos inimigos para poder incrementar seu arsenal! As possibilidades eram inúmeras!

 

7 – Giga Wing 2 (Arcade / Dreamcast): Digo sem medo de errar que, de todos os jogos aqui citados, “Giga Wing 2” é o mais bonito e também o mais desafiador! Tiro o meu chapéu para quem conseguir chegar ao final!

 

6 – Last Resort (Neo Geo): O Neo Geo era uma plataforma a frente do seu tempo (acredito inclusive que ele merece uma matéria caprichada aqui no Covil do Milhouse mais adiante!) e jogando “Last Resort”, fica claro o motivo: É incrível como que para um game lançado em 1992, ele tem um visual capaz de ainda hoje nos impressionar!

 

5- Parodius (SNES): Eu tenho uma preferência por jogos com temática cartunesca, assumo. Já disse mil vezes que troco qualquer GTA ou Call of Duty da vida por Mario ou Sonic e, portanto, não tinha como deixar “Parodius! de fora! Uma insana viagem lisérgica capaz de levar qualquer um às gargalhadas!

 

4- Under Defeat (Dreamcast / Playstation 3): Um dos últimos lançamentos oficiais do Dreamcast, “Under Defeat” tem uma peculiaridade muito interessante que é o seu sistema de pontuação, mais generoso com quem se arrisca mais. Ou seja, quanto mais medroso e conservador você for, pior será sua performance e maior vai ser sua dificuldade de se adaptar. Alguns talvez não curtam essa proposta, porém eu já acho que é aí que reside a graça; forçar você a sair da zona de conforto!

 

3 – River Raid (Atari 2600): Estaria cometendo uma enorme injustiça se não citasse esse que foi um dos precursores do gênero e que, até onde consigo me lembrar, foi o grande responsável pela minha paixão por shmups!

 

2 – Ikaruga (Dreamcast): Revolucionário em diversos aspectos, “Ikaruga” tem uma jogabilidade inovadora que permite que, a qualquer momento, você possa alterar a cor da nave. Se deixá-la branca, ela ficará imune aos tiros da mesma cor, porém pode vir a sofrer o dobro do dano dos tiros de cor preta e vice-versa. Igualmente criativo e divertido, mas não é para iniciantes!

 

1 – Einhander (Playstation 1): Acreditem, foi difícil pra caramba chegar a esse veredicto, certamente cometi muita injustiça deixando vários outros games legais de fora, mas este aqui na minha modesta e humilde opinião é simplesmente perfeito! É o equilíbrio ideal entre gráficos sensacionais, trilha sonora de arrepiar e desafio na medida!!

 

MENÇÃO HONROSA: Tokio (Arcades – Por Carlos Eduardo Lima)

 

Estou bem longe – mas bem longe mesmo – do conhecimento que o jovem Milhouse detém sobre o assunto “games”. Apesar de testemunhar a aurora do Atari 2600, e ter minha primeira experiência com consoles de jogos a partir do jurássico Telejogo, minha relação com videogames nunca foi de devoção total. Eu preferia ouvir discos.

 

Mesmo assim, não dá pra negar o valor que River Raid, Pitfall, Enduro, Sea Quest e outros jogos da Activision tiveram no passado, todos para o glorioso Atari 2600. Mas, como a vida vem e vai, houve um tempo em que eu dava as caras num fliperama que ficava na Tijuca, perto do Shopping que leva o mesmo nome do bairro. Havia uma janela de tempo entre ver minha então namorada – que residia perto da Praça Saenz Peña – e ir à pé para a Uerj, que ficava uns quinze minutos de caminhada adiante. E neste flipper havia uma máquina com o sensacional e misterioso Tokio.

 

 

Eu nunca fui um jogador muito bom, mas investi bastante – para usar um termo da moda – visando me aperfeiçoar. A história era descabida: um avião biplano vermelho decola de uma praça na capital japonesa e vai sobrevoando ruas e marcos urbanos, combatendo naves espaciais, viaturas robotizadas, lanchas e toda uma sorte de veículos futuristas, que vão lançando lasers e mísseis. O avião, apesar de velhusco, também emite raios e vai recebendo – à medida que você vai matando inimigos – apoio de naves vermelhas aliadas, que vão se juntando em formação. O nome em inglês do jogo é Tokio – Scramble Formation, justamente por essa característica.

 

Criado pela Taito em 1986, ele era extremamente avançado ainda no início dos anos 1990, mas já ganhava aquela aura clássica, que detém até hoje. É possível baixá-lo e rodar em simulador no PC, algo que, confesso, farei em muito breve.

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

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