13 Canções de Sade

 

 

Dia 16 de janeiro foi o 62º aniversário de Helen Folesade Adu, também conhecida como Sade Adu. Nascida na Nigéria, criada na Inglaterra, para onde foi com quatro anos de idade, ela é uma das mais interessantes cantoras surgidas nos anos 1980. É bom lembrar que Sade veio aos holofotes musicais após trabalhar um tempo como designer de moda e modelo. Dona de talento vocal impressionante e uma beleza universal, a moça começou a fazer sucesso em 1984, em meio à onda da New Bossa inglesa, junto com bandas como Everything But The Girl, Matt Bianco e Style Council.

 

Seu talento lhe permitiu ultrapassar o modismo e construir uma carreira cheia de sucesso, ainda que seja elegantemente pequena – seis discos entre 1984 e 2010. Sua sonoridade evoluiu com o tempo, incorporou elementos eletrônicos e pop, mostrando adaptabilidade e desejo de soar atualizada. Sade não parece ter pressa para gravar, já está há quase 11 anos sem registrar um novo álbum, sendo “Soldier Of Love” o seu mais recente trabalho, além de “Flower Of The Universe”, uma faixa que ela gravou para “Uma Dobra No Tempo”, filme de 2018 da Disney.

 

Em homenagem ao aniversário de Sade e à sua sensacional carreira, a gente faz uma daquelas já tradicionais listinhas de 13 canções, pra apresentar os pontos altos do trabalho dela. Aqui estão as canções, em ordem decrescente de preferência.

 

 

13 – Why Can’t We Live Together (1984) – esta maravilhosa cover do clássico de Timmy Thomas está escondida no finalzinho de “Diamonds And Pearls”, o primeiro – e sensacional – disco da Sade. Belezura de versão, bem fiel ao original, mas cheia de personalidade, como manda o figurino.

 

 

12 – By Your Side (2000) – hit do quinto disco, “Lovers Rock”, de 2000, no qual Sade mostra, após oito anos distante dos estúdios, que ainda tinha a manha e que dava uma leve repaginada em seu som, seguindo com os esboços que ela tinha rabiscado no ótimo “Love Deluxe”, de 1992. Essa canção tem uma cover interessante do grupo de country rock americano Beachwood Sparks.

 

 

 

11 – The Sweetest Taboo (1985) – um dos sucessos mais grudentos da carreira da cantora, mas que guarda riqueza admirável, especialmente na levada de bateria e na integração deste instrumento com o restante presente no arranjo. Beleza oitentista vitimada pela insistência dos programadores de FM que só enxergam ela no catálogo de Sade Adu.

 

 

 

10 – Soldier Of Love (2010) – faixa-título do último álbum lançado por Sade há incríveis 11 anos. A sonoridade é adequada a seu tempo, ainda que a velha classe na interpretação esteja presente, sem falar na letra imaginativa e pacifista ao mesmo tempo. Beleza que quase ninguém ouviu por conta da burrice reinante.

 

 

 

09 – Your Love Is King (1984) – um dos hits do primeiro disco, esta canção marca o ótimo desempenho da banda de apoio de Sade Adu. A levada new bossa que permeia o arranjo é uma das mais bem feitas na Inglaterra daquele tempo. Dançante (no sentido de música lenta), impregnada de charme e com vocais belos, esta é um dos grandes clássicos da carreira dela.

 

 

 

08 – No Ordinary Love (1992) – uma lindeza de canção de “Love Deluxe”, o quarto disco de Sade, no qual há uma aproximação discreta e elegante de timbres eletrônicos. Esta canção acabou entrando na trilha sonora do badalado – e fraco – filme “Proposta Indecente”, com Demi Moore e Robert Redford.

 

 

07 – Smooth Operator (1984) – uma das marcas registradas da sonoridade inicial de Sade e sua banda. O flerte com a new bossa, o saxofone marcante, a melodia elegante, o arranjo preciso, tá tudo aqui. Além disso tudo, esta canção é um de seus maiores sucessos em todos os tempos.

 

 

 

06 – Paradise (1988) – faixa do maravilhoso terceiro disco, “Stronger Than Pride”. Aqui temos Sade com uma levada dançante, calcada em baixo, percussão e bateria, que vão conduzindo a melodia, que é grudenta e perfeita. O arranjo é maravilhoso e os vocais soam como se estivessem caindo do céu. Um clássico que merece muito mais conhecimento e consideração.

 

 

 

05 – Love Is Stronger Than Pride (1988) – a faixa que carrega a totalidade do título do terceiro trabalho é uma das mais criativas e diferentes da carreira de Sade. O arranjo é minimalista, há teclados sobrepostos, um solo de guitarra que parece chegar com a brisa da noite em frente à praia e uma outra série de imagens que vêm à mente. Uma lindeza sem tamanho.

 

 

 

04 – Kiss Of Life (1992) – faixa de “Love Deluxe” com uma beleza de alquimia entre baixo, bateria e pianos, a serviço da fluência da cantora. O primeiro verso – “there’s must be an angel by my side” introduz uma narrativa apaixonada e lírica. Outro clássico low profile da carreira dela.

 

 

 

 

03 – Nothing Can Come Between Us (1988) – outra faixa do terceiro álbum, mais um primor de elegância levemente dançante que Sade perpetrava com frequência nos anos 1980. A beleza dos vocais, a linha de baixo sinuosa e insinuante, o piano, a guitarra discretíssima. Outro milagre musical.

 

 

02 – Hang On To Your Love (1984) – a canção mais suingada dentre as muitas que Sade já gravou. A guitarra e a cozinha – baixo e bateria – se dobram sobre si mesmas e o vocal de ensaio em preto e branco de revista de moda segue seu caminho numa paisagem parisiense ao entardecer. Sim, a música de Sade é fonte inesgotável de imagens cosmopolitas e elegantes daquela década estranha. Outro acerto do primeiro álbum, “Diamond And Pearls”.

 

 

01 – When Am I Going To Make A Living (1984) – esta faixa foi um hit menor do primeiro disco e se há alguma canção daquele tempo que a gente possa chamar de “a Sade de várzea, a Sade moleca, a Sade-arte” é essa aqui. A melodia é perfeita, o arranjo é maravilhoso e a letra fala de como é complicado começar a sobreviver por conta própria em plena década do neoliberalismo. Minha preferida pessoal desde aquele tempo.

CEL

Carlos Eduardo Lima (CEL) é doutorando em História Social, jornalista especializado em cultura pop e editor-chefe da Célula Pop. Como crítico musical há mais de 20 anos, já trabalhou para o site Monkeybuzz e as revistas Rolling Stone Brasil e Rock Press. Acha que o mundo acabou no início dos anos 90, mas agora sabe que poucos e bons notaram. Ainda acredita que cacetadas da vida são essenciais para a produção da arte.

3 thoughts on “13 Canções de Sade

  • 18 de agosto de 2023 em 02:12
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    Que delicia!! Voltei no tempo Tenho os vinis de Sade.Linda seleção. Texto informativo nota mil Parabéns

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  • 22 de janeiro de 2021 em 15:54
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    Tenho muita dificuldade até hoje de prestar atenção só nas músicas…
    Sade é demais, mermão! Que mulher linda!!!!

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    • 22 de janeiro de 2021 em 18:25
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      Ela é sensacional em todos os sentidos!!!

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